O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), questionou nesta quinta-feira (19) os motivos da nomeação do deputado André Moura (PSC-SE) como líder do novo governo na Câmara. Calheiros levantou a dúvida de como o deputado colaboraria para o aperfeiçoamento institucional do Legislativo com o Palácio do Planalto.
“O que o parlamento e as pessoas perguntam é: ‘O André Moura para quê?’. É isso que tem que ficar claro. Quais são os compromissos? O que é que ele vai fazer para colaborar com o Brasil no aperfeiçoamento institucional? O que vai poder fazer?”, perguntou Renan.
O presidente do Senado se mostrou preocupado com o andamento dos projetos no Congresso.
“Vamos dar efetividade em uma Casa às matérias que foram aprovadas na outra Casa? Ou vamos segmentar, não deixar na Câmara nada que andou no Senado e vice-versa? Quando o sistema bicameral caminha desta forma, ele caminha muito mal”, comentou.
E completou questionando se Moura seria capaz de cumprir as demandas emergentes do país. “Há um sentimento, que todo líder e todo ministro tem que se guiar, que é o de que o Brasil não pode dar errado novamente”, declarou Calheiros.
Resposta
André Moura rebateu a crítica feita pelo presidente do Senado. De acordo com o deputado, Calheiros não é “a pessoa mais apropriada para criticar alguém”. “Se ele criticou eu tenho que respeitar, mas eu acho que o senador Renan Calheiros não é a pessoa mais apropriada para criticar alguém. Eu respeito, não só ele, como [a crítica] de qualquer um outro”, declarou Moura.
Ainda não há uma definição sobre qual parlamentar assumirá a liderança no Senado. O presidente interino, Michel Temer, escolheu Moura depois da pressão dos chamados partidos do “centrão”, grupo formado por 13 legendas sob forte influência do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A decisão de Temer deixou claro que seu governo dependerá de Cunha para aprovar as medidas impopulares de recuperação da economia que enviará à Câmara.
Ainda nesta quinta-feira, Moura deve se reunir com o presidente interino Michel Temer para a definição da agenda política dos próximos dias.
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