Fundo recebeu Youssef a pedido de deputado
O Funcef, fundo de pensão da Caixa Econômica Federal, informou ontem que Alberto Youssef, doleiro suspeito de comandar um megaesquema de lavagem de dinheiro, foi recebido pela entidade a pedido do deputado federal André Vargas.
Segundo a Polícia Federal, seis dias antes de ser preso, Youssef representou Vargas em uma reunião no Funcef, que tem patrimônio de R$ 52 bilhões. Quem recebeu o doleiro foi Carlos Borges, diretor de participações.
Em nota, a entidade diz que Borges recebeu o doleiro para uma reunião a pedido do deputado. A Funcef também diz que Youssef apresentou uma proposta de investimento, que foi rejeitada. "No encontro, o empresário apresentou proposta de investimento à Funcef. Entretanto, identificamos que o investimento proposto não se adequava à política de investimentos da Fundação, momento em que foi prontamente descartado", diz o texto.
Folhapress
Acusado de envolvimento com o doleiro preso Alberto Youssef, o deputado federal licenciado André Vargas pediu sua desfiliação do PT. Em carta encaminhada ao diretório municipal de Londrina, o parlamentar paranaense comunica que está se desligando dos quadros "de filiados desta agremiação partidária". O deputado, que sofre processo de investigação do Conselho de Ética da Câmara pelo envolvimento com o doleiro, sofria pressão do PT para renunciar ao mandato parlamentar.
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Vargas manifestou-se através de nota à imprensa, agradecendo ao PT, partido ao qual foi filiado por 24 anos, pelas "oportunidades para servir ao meu estado e ao Brasil". Ele disse, ainda, que irá se dedicar a sua defesa no Conselho de Ética. "Confio na isenção, imparcialidade e tratamento isonômico da Câmara em relação ao meu caso, reafirmando a minha crença na Democracia e no Estado de Direito", disse.
Na última terça-feira, o relator do processo contra Vargas no Conselho de Ética da Câmara, Julio Delgado (PSB-MG), apresentou parecer favorável à continuidade do processo. No entendimento de Delgado, há indícios suficientes para que o assunto seja investigado. Entretanto, o deputado Zé Geraldo (PT-PA) pediu vistas ao processo, o que significa que ele será votado na próxima terça-feira.
Pressão
O deputado sofria pressão, por parte do PT, para renunciar ao mandato de deputado. Na quarta-feira, o presidente nacional da legenda, Rui Falcão, defendeu publicamente a tese. "A melhor solução para André Vargas é que ele renuncie, mas essa é uma decisão personalíssima. Nenhum partido ou bancada impõe às pessoas a renúncia. Mas é um pedido que temos feito e reiterado a ele, para que reflita e converse", disse.
Para o presidente do PT, a presença de Vargas na Câmara poderia prejudicar a campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição e as pré-candidaturas de Gleisi Hoffmann e Alexandre Padilha aos governos do Paraná e de São Paulo, respectivamente.
O deputado até chegou a anunciar a renúncia, no último dia 14. "Não tem saída, vão continuar me sangrando até quando?", disse, na ocasião. Entretanto, ele voltou atrás e decidiu renunciar apenas ao cargo de vice-presidente da Câmara dos Deputados, que ocupava desde o início do ano passado.
Repercussão
O presidente do PT no Paraná, deputado estadual Enio Verri, contou que Vargas o comunicou da decisão por telefone. Ele lamentou o conjunto dos fatos e disse que Vargas contribuiu muito para a construção do partido no estado. "A desfiliação o deixará mais independente para organizar a sua defesa na Comissão de Ética. Esse deve ser o motivo para ele ter pedido o desligamento", afirmou.
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