O ex-vice-presidente da Câmara André Vargas (PT-PR) virou réu mais uma vez na Lava Jato nesta semana. O juiz federal Sergio Moro acolheu uma denúncia do Ministério Público Federal (MPF) que acusa o ex-deputado e mais três pessoas de lavagem de dinheiro e corrupção em um contrato firmado pela Caixa Econômica Federal.
Além de André Vargas, viraram réus o irmão do ex-deputado, Leon Vargas, a ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, Meire Poza, e o empresário Marcelo Simões.
De acordo com a denúncia, André Vargas teria utilizado a influência do cargo de deputado federal para que a empresa IT7 Sistemas fosse contratada pela Caixa para fornecimento de software de prestação de serviços de informática. O caso ocorreu em 2013, quando André Vargas era vice-presidente da Câmara dos Deputados.
O contrato entre a IT7 e a Caixa foi firmado no valor de R$ 71,3 milhões, o que gerou, segundo a denúncia, o pagamento de cerca de R$ 2,4 milhões de propina a André Vargas. A propina teria sido “recebida de forma dissimulada por intermédio da emissão de notas fiscais fictícias pelas empresas Arbor Consultoria e Assessoria Contábil e AJJP Serviços Administrativos e Educacional Ltda, ambas vinculadas à Meire Poza”, segundo o despacho de Moro ao aceitar a denúncia.
Outras ações
André Vargas já foi condenado por Moro a 14 anos e 4 meses de prisão na Lava Jato. O próprio juiz lembrou a condenação ao aceitar a nova denúncia contra o ex-deputado. Segundo Moro, foram comprovados crimes de corrupção e de lavagem de dinheiro praticados por André Vargas e Leon Vargas, e que geraram pagamento de propinas a ambos no valor de R$ 1,1 milhão, a partir de contratos de publicidade celebrados pela Borghi Lowe com a Caixa Econômica Federal e com o Ministério da Saúde. Leon Vargas foi condenado nessa ação a 11 anos e quatro meses de prisão.
Os irmãos Vargas ainda respondem a outro processo na Lava Jato por lavagem de dinheiro na compra de um apartamento de luxo em Londrina, no Paraná. O processo já está na fase final e aguarda uma sentença de Moro.
Prisão
André Vargas foi preso em abril de 2015 na deflagração da Operação A Origem, 11ª fase da Lava Jato. André Vargas foi preso quatro meses depois de perder a prerrogativa de foro que detinha por ser deputado federal. Ele foi cassado pelos colegas por quebra de decoro parlamentar depois que foi descoberta sua relação com o doleiro Alberto Youssef. O doleiro teriam emprestado um jatinho para André Vargas passar as férias no Nordeste com a família.