As declarações de membros da corrente Campo Majoritário, do PT, em defesa da anistia ao ex-deputado federal José Dirceu geraram controvérsia no próprio partido e entre líderes de outras legendas na Câmara. Os petistas do Campo estiveram reunidos neste fim de semana em São Roque, interior de São Paulo.

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- Temos que discutir é como reformar o PT e nesse debate não cabe personalismos. O PT tem que desprezar esse assunto. Anistia não pode ser tema do Congresso do partido nem da reunião do Diretório - afirmou ontem o ex-líder da bancada, deputado Water Pinheiro (BA): - E acho que tem poucas chances de um processo de anistia prosperar. Por que só para ele (Dirceu)? Os outros (cassados) também vão querer.

O líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ), criticou duramente a idéia. Para Rodrigo Maia, isso mostra um desrespeito às decisões do Parlamento, já que foi o próprio Congresso quem votou a cassação de Dirceu por envolvimento nas irregularidades do mensalão.

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- Eles não estão na Venezuela. Eles estão no Brasil. Isso é grave. Parece que deu a loucura neles (do PT). É um desrepeito do PT ao Parlamento. Para eles, o Parlamento não tem a menor importância. Acredito que essa idéia terá uma obstrução violenta na Casa - disse Rodrigo Maia, para quem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva precisa se explicar já que a proposta é defendida por assessores diretos do presidente:

- Ou o presidente rapidamente se explica, ou ele também está achando que está na Venezuela. Essa não é a pauta que a Casa espera e isso ficou evidente pelo próprio resultado da eleição do Osmar Serraglio (PMDB-PR) como primeiro-secretário. É uma sinalização clara de que aqueles que estão chegando querem uma mudança.

Já o líder do PR (antigo PL), Luciano Castro (RR), afirma que a iniciativa de um projeto de lei de iniciativa popular propondo a anistia a Dirceu é constitucional, mas dificilmente será aprovado pela Câmara sobretudo por causa do novo momento da Casa, com a posse de novos deputados e com o Legislativo interessado em limpar a própria imagem.

- O momento é difícil e impróprio - avaliou.