A pressão pela saída do pastor e deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) da presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara aumentou ontem com o apelo da Anistia Internacional pela substituição dele. Em nota, a entidade disse ser "inaceitável" a escolha de Feliciano para o cargo, diante das "posições discriminatórias em relação à população negra, LGBT e mulheres".
A Anistia destaca ainda que "é grave que [Feliciano] tenha sido alçado ao posto a despeito de intensa mobilização da sociedade em repúdio a seu nome". Também ressalta a importância de que os integrantes da comissão "sejam pessoas comprometidas com os direitos humanos e possuam trajetórias públicas reconhecidas pelo compromisso com a luta contra discriminações e violações". Na mesma nota, a entidade internacional critica o motivo da nomeação de Feliciano para o cargo, alegando que "direitos fundamentais não devem ser objeto de barganha política ou sacrificados em acordos partidários" o deputado foi escolhido na "cota" do PSC na divisão dos cargos nas comissões da Câmara.
Ato público
Artistas, políticos, líderes religiosos e movimentos sociais contrários à permanência de Feliciano na presidência da comissão programaram para ontem à noite um ato, na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no centro do Rio de Janeiro, contra o "projeto político de intolerância que a presidência do pastor Marco Feliciano representa para o Congresso e para os brasileiros".
O deputado Jean Wyllys (PSol-RJ), um dos organizadores do evento, disse que o silêncio dos potenciais candidatos à presidente na eleição de 2014 "é muito significativo". "Eles sabem o quanto a temática em torno das minorias é estratégica. Não querem se comprometer. Ignorar esse movimento é inadmissível", criticou.
O deputado estadual Marcelo Freixo (PSol), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio, disse que os brasileiros assistem "estarrecidos e com grande preocupação a um imenso retrocesso na Câmara Federal com a indicação do deputado federal Marco Feliciano para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias".
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