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Num clima de desconforto e irritação pelas manifestações de apoio dadas na sessão do dia 6 de março, quando governo e oposição se juntaram para defendê-lo, antigos parceiros do líder do Democratas, Demóstenes Torres (GO), se revezaram nesta segunda-feira (26) na tribuna do Senado para cobrar que ele volte ao plenário para se explicar sobre novas denúncias de suposta sociedade com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Com discursos duros, os senadores Pedro Taques (PDT-MT) e Ana Amélia Lemos (PP-RS), que sempre fizeram dobradinha com Demóstenes nas cobranças em relação ao governo, fizeram questão de frisar que a situação hoje é muito diferente do dia em que ele subiu a tribuna para admitir uma relação de amizade e que fora presenteado por Cachoeira com uma cozinha em seu casamento.

Mas segundo a assessoria, por enquanto, Demóstenes não pretende falar ao plenário, só através dos advogados. Pedro Taques disse que se as explicações não forem dadas agora, o Senado perderá toda a moral para cobrar explicações de quem quer que seja daqui pra frente. Além das cobranças em plenário, amanhã Taques e um grupo de senadores, incluindo o líder do PT Walter Pinheiro (BA) pedir ao procurador geral da República, Roberto Gurgel, que peça ao Supremo Tribunal Federal (STF) abertura de inquérito para investigar Demóstenes.

"Não podemos tapar o sol com a peneira. O caso é grave e merece esclarecimentos. Não é razoável que um senador da República troque esse número de telefonemas com um cidadão voltado para a prática do crime, que tenha um celular habilitado em Miami para conversas privadas com um cidadão do crime. Com todo respeito que temos pelo senador, temos que separar o caso jurídico do espaço político", disse Taques.

Mais cedo a senadora Ana Amélia já tinha subido a tribuna para cobrar do ministro das Cidades, Aguinaldo Rbeiro, seu colega de partido, que viesse ao Senado explicar as denúncias feitas ontem pelo Fantástico, sobre seu envolvimento em um esquema de corrupção detectado na implantação de um programa de internet grátis em João Pessoa, quando era secretário do governo do Estado da Paraíba.

"Como eu disse ao cobrar explicações do ministro do meu partido, não temos compromisso com o erro. O senador Demóstenes precisa prestar os esclarecimentos necessários. É isso que a sociedade espera de nós. Não podemos tergiversar com o erro".

Na mesma linha, o senador Jorge Viana (PT-AC) mostrou constrangimento ao admitir que foi um dos muitos que prestaras solidariedade a Demóstenes da única vez que subiu a tribuna para se explicar, antes das denúncias se agravarem. Disse que tem admiração e respeito pelo democrata , mas agora a situação é diferente.

"Como um dos que o aparteou queria aqui, da tribuna, sem prejulgamento, pedir que volte a tribuna em respeito a opinião pública e a esse plenário para se explicar. Não estou arrependido. Prefiro sofrer uma injustiça do que provocar uma injustiça. Que ele venha aqui para que possamos debater esse problema", disse Viana.

Já o líder do PSDB, senador Alvaro Dias (PR), disse ser desnecessário que o caso de Demóstenes seja levado á corregedoria ou conselho de ética do Senado, porque a Polícia Federal e a Procuradoria Geral da República ja estão investigando. E admitiu que as novas denúncias representam um duro baque para a oposição. "Vamos esperar a conclusão das investigações da Policia Federal para o PSDB se posicionar. Ã investigação cala um das vozes mais fortes da Oposição", disse Alvaro Dias.

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