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Ao anunciar sua desfiliação do PT, o deputado André Costa (RJ) disse que há tempos vinha insatisfeito com o partido e que a insistência do deputado José Dirceu (PT-SP) em permanecer na chapa do Campo Majoritário que vai disputar as eleições do partido no dia 18 de setembro foi o estopim para sua saída. Num duro discurso no plenário da Câmara contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, André chamou Lula de "politicamente covarde" e disse que o modelo econômico do governo é continuísta e não resgatou a dívida social do país. Costa criticou as declarações do presidente de culpar as elites pelos atuais problemas políticos.

- É uma mentira política. É uma covardia política ele dizer para os despossuídos deste país que está sendo vitimado pelas elites. Logo ele que tanto fez pelas elites, sobretudo as financeiras. Não embarco nessa covardia política. Não sou covarde politicamente. Tivemos a oportunidade de fazer diferente, de estrear um Brasil novo, de repactuar esta grande nação continental. Os instrumentos estavam à nossa mão e foram desprezados - disse André Costa, que é diplomata de carreira.

Para o deputado, o atual governo é mais neoliberal e mais conservador que a gestão do governo Fernando Henrique Cardoso. Ele também criticou outras políticas do governo.

- O governo Lula é ainda mais neoliberal, mais conservador, a julgar pelos juros estratosféricos, por esta política nefasta de superávit fiscal. O que dizer da política social? Esta, em grande parte, é assistencialista e conservadora. Já a política ambiental é, no mínimo, tímida. Ela também é espúria se levarmos em consideração o que foi aprovado recentemente, como a Lei dos Transgênicos, tida como algo novo, moderno - criticou o deputado.

Costa assumiu o mandato no início do ano, na condição de suplente de Lindberg Farias (PT-RJ), que venceu a eleição em 2004 e tomou posse como prefeito de Nova Iguaçu. Sobre seu futuro político, André Costa disse que está decidindo em qual partido vai se filiar, mas adiantou que será alguma legenda da esquerda e de oposição ao governo Lula. Ele citou o P-SOL, o PPS e o PDT. Essa é a primeira baixa na bancada de deputados da legenda desde o início da grave crise política.

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