Dilma Rousseff: encontros políticos e noite na ópera.| Foto: Giuseppe Lami/Efe

O governo italiano cobra do Brasil uma “solução” para “questões difíceis da Justiça”. Sem citar o nome de Cesare Battisti, o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, deixou claro em declaração à imprensa que espera do país uma decisão favorável em relação aos temas de interesse da Itália.

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“Falamos no setor da Justiça”, disse Renzi após um encontro com Dilma em Roma na tarde desta sexta-feira (10). “Penso e espero que as relações renovadas baseadas na cortesia também possam trazer soluções em casos difíceis, como no caso da Justiça”, disse. Falando à reportagem, um dos vice-ministros ligados ao caso interpretou a declaração como uma convocação da Itália para que o Brasil reconsidere a situação de Battisti.

Condenação

Battisti foi condenado a doze anos de prisão na Itália, mas fugiu. Em 2007, ele foi preso no Rio de Janeiro. Mas o ex-ministro da Justiça Tarso Genro vetou sua extradição e o garantiu asilo, o que seria confirmado em 2010 pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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Foi a primeira vez que Dilma esteve com Renzi desde a decisão do governo italiano em aceitar a extradição de Henrique Pizzolato.Oficialmente, o assunto do ex-diretor do Banco do Brasil não esteve na agenda. Mas fontes em Roma anteciparam à reportagem que esperam que o Palácio do Planalto entenda que o gesto do governo foi inédito e que, agora, é “tempo de retribuição”.

Uma delas seria o caso de Battisti, condenado por homicídio na Itália e que ganhou asilo no Brasil. Agora, com a decisão de Renzi de extraditar Pizzolato, a esperança é de que o gesto seja retribuído.

Renzi não falou em nomes e não citou nem Pizzolato nem Battisti. Mas insistiu que chegou o momento de uma “relação renovada” com o Brasil

Pizzolato, condenado no caso do mensalão, ainda está preso na Itália e aguarda uma decisão final da Justiça, depois de um recurso do brasileiro que freou o processo. A audiência está marcada para setembro. Mas, pela primeira vez na história das relações bilaterais, Roma aceitou extraditar um cidadão que também tem nacionalidade italiana.