Embora a presidente Dilma Rousseff tenha demonstrado que só fará mudanças nos ministérios depois que voltar do encontro do G20 na Austrália, começando pela Fazenda, os partidos aliados já têm indicações claras de alguns remanejamentos que serão feitos por ela. Um dos ministros não petistas mais prestigiados pela presidente Dilma, Edison Lobão está afastado da cena política há um mês e meio. Nesse período, ele foi citado em delação premiada no âmbito da Operação Lava-Jato, e seu filho perdeu a corrida pelo governo do Maranhão. Lobão colocará o cargo à disposição de Dilma. No dia do segundo turno, ele informou a pessoas próximas que não tem a pretensão de continuar no cargo, no qual ingressou em 2008.
Técnicos do governo, porém, minimizam a citação de Lobão nas delações relacionadas a fraudes na Petrobras, uma vez que não houve indicação de ações específicas, como ocorreu com outros políticos. Eles consideram sua reclusão ?natural?, assim como a de outros ministros que hoje têm futuro incerto, como César Borges (Portos) e Paulo Sérgio Passos (Transportes) ? igualmente próximos à presidente, mas sem lastro político para chegar à nova Esplanada.
Embora a presidente deva se decidir pelo Ministério de Minas e Energia mais à frente, há hoje duas principais possibilidades sobre o destino da pasta. Funcionários do ministério entendem que o cargo exige ?estatura política? e, portanto, deve continuar com um nome indicado pela bancada do PMDB do Senado. Entre os nomes citados por essa corrente estão o líder do governo, Eduardo Braga, e o senador Vital do Rêgo. Cogita-se ainda a permanência de Lobão.
Um senador do PMDB disse que a bancada pretende continuar a ter três ministros no próximo governo, independentemente dos nomes e das pastas definidas. Hoje, são considerados indicações dos peemedebistas o Turismo, a Previdência e Minas e Energia.
No Planalto, no entanto, assessores avaliam que Dilma poderia avocar a condução das políticas de energia e, assim, indicar um nome de sua inteira confiança. Nessa linha, o mais cotado é seu ex-chefe de gabinete Giles Azevedo, que trabalha com ela desde quando foi secretária de Energia do Rio Grande do Sul, no cargo de secretário de Mineração, e quando ela era ministra.
O ministro do Trabalho, Manoel Dias, disse que o PDT, ao qual é filiado, tem interesse em permanecer no comando da pasta que ocupa desde 2007, ainda no governo Lula. Segundo ele, a Executiva Nacional do partido e a bancada se reunirão dia 12 para reiterar o apoio à presidente. Dias afirmou ainda que o partido dispõe de quadros para ocupar novos espaços no governo, sobretudo na área social, como Educação.
"O partido tem interesse em permanecer com o ministério, mas não vamos forçar nada, não vamos solicitar", disse Dias, depois de presidir reunião do Conselho Curador do FGTS.
Braço-direito da presidente Dilma Rousseff, o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) está sugerindo a colegas da Esplanada dos Ministérios que apresentem uma carta de demissão a partir do dia 18, quando a presidente voltar da Austrália. A informação foi antecipada pela coluna Panorama Político nesta quarta-feira.
Mercadante tem argumentado que a entrega da carta seria um gesto de cortesia com Dilma, deixando-a mais à vontade para promover as mudanças em sua equipe para o segundo mandato.
Com a volta de Marta Suplicy ao Senado, deixando o Ministério da Cultura, o PR quer uma compensação para o suplente da senadora, Antônio Carlos Rodrigues (SP), ligado a Valdemar Costa Neto. O partido tem hoje o comando do Ministério dos Transportes, embora o titular seja nome escolhido por Dilma, o ministro Paulo Sérgio Passos.
A presidente, porém, pode optar por atender outras alas do PR nomeando novo ministro dos Transportes, usando como alternativa o senador eleito Wellington Fagundes, do Mato Grosso. Outra possibilidade aventada por aliados da presidente seria levar o PMDB ao Transportes, liberando o Ministério de Minas e Energia. No início deste ano, ao se transferir dos Transportes para a Secretaria de Portos, César Borges se desfiliou do PR e poderia mudar de cadeira na Esplanada ingressando em um novo partido ou na cota pessoal da presidente.
No PT, apesar de afirmarem que o ministro Ricardo Berzoini (Relações Institucionais) tem feito um bom trabalho, lideranças do partido asseguram que aquela pasta tem "prazo de validade" e defendem seu remanejamento para outro cargo. Para cuidar das negociações com o Congresso, petistas defendem o nome do governador Jaques Wagner (BA). Wagner, no entanto, não gostaria de reassumir esse ministério, que já ocupou no governo Lula. Se pudesse escolher, ele iria para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
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