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Brasília (AE) – O policial rodoviário federal Luís Carlos Roque, que seria apadrinhado do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), nega estar envolvido em esquema de liberação irregular de caminhões e carretas apreendidas. Roque disse que os trechos transcritos de grampos feitos pela Polícia Federal, de conversas dele com a presidente do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais no Rio de Janeiro, Fátima Pina de Souza, foram montados para prejudicá-lo.

Roque aparece nas gravações, feitas entre 2003 e 2004, discutindo liberação de cargas, campanhas do PTB e nomeações de cargos na Polícia Rodoviária Federal (PRF). Trechos dessas gravações foram publicados pelo jornal O Estado de S. Paulo na edição de domingo. "A gravação é uma coisa, a transcrição é outra", afirmou Roque, que se diz perseguido pelo delegado federal Cláudio Nogueira e pelo policial rodoviário federal Newton Agripino.

Ele disse que não existe esquema de liberação de cargas irregulares. "A Polícia Rodoviária é administrativa, não tem competência para apreender", afirmou. O superintendente da PRF no Rio, Antônio Carlos Correa, indicado por Roberto Jefferson, aparece nas gravações ordenando a liberação de uma carreta. "É um pedido do parlamentar de Petrópolis", disse Correa a um subordinado, referindo-se a Jefferson, natural da cidade.

Intimidade

Apesar de chamar o deputado pelo primeiro nome e admitir que fala com ele freqüentemente no celular ou no telefone do gabinete na Câmara, Roque diz que nunca recebeu um pedido de Jefferson para liberar carga apreendida. "Gosto do Roberto. Se temos um salário digno é devido a ele. Nesse sentido temos que ser leais a ele", afirmou.

Roque disse que conheceu Roberto Jefferson durante o governo Collor (1990 a 1992), quando o deputado trabalhou para transferir a PRF do Ministério dos Transportes para o Ministério da Justiça. "O Roberto nunca me pediu nada", afirmou. Ele admite no entanto, que durante as eleições faz campanha e cola adesivos do parlamentar no carro.

Em uma das gravações, de março do ano passado, Roberto Jefferson (PTB-RJ) aparece fazendo tráfico de influências. Na conversa, a policial Fátima de Souza fala sobre a estratégia de livrar o policial Antão Batista Ferreira da exoneração. O deputado orienta a policial a ligar para o Ministério da Justiça onde o tramitava o processo de Ferreira, e falar em seu nome. "Se precisar, reforço. Eu não queria queimar cartucho agora, não", disse o deputado.

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