Quase todas as pessoas citadas na lista apreendida pela Polícia Federal, na Operação Hurricane, que contabliza supostas doações de bicheiros e da máfia dos caça-níqueis a políticos e policiais do Rio, negaram ter recebido dinheiro da contravenção . Apenas o presidente da escola de samba Caprichosos de Pilares, Paulo de Almeida, que também havia dito que não ganhara dinheiro, voltou atrás e admitiu que recebeu ajuda financeira de Júlio Gurães Sobreira, sobrinho do contraventor Aílton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães.
Na lista, um homem identificado como "P. Almeida" aparece como tendo recebido dois pagamentos, de R$ 25 mil e R$ 5 mil. Segundo a PF, exames mostram que a letra que aparece em parte da contabilidade apreendida é mesmo de Júlio. Paulo Almeida, ex-deputado federal e ex-presidente da Liga das Escolas de Samba do Rio (Liesa), disse que o dinheiro que o sobrinho do contraventor lhe deu era para apenas para o carnaval e não para campanha eleitoral.
- Julinho sempre me ajudou no carnaval. Nada significativo, mas ajudou. Mas nunca recebi ajuda deles para campanha eleitoral. Não misturo política com carnaval - disse.
Os documentos apreendidos mostram supostas doações financeiras do esquema para 12 políticos do Rio de Janeiro , incluindo quatro candidatos ao governo do estado em 2002, entre os quais Benedita da Silva (na época, governadora) e Rosinha Garotinho.
Por meio de sua assessoria, Rosinha informou que todas as contribuições de campanha foram apresentadas ao Tribunal Regional Eleitoral, que aprovou suas contas. Benedita, secretária estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, disse ter ficado surpresa com a citação de seu nome na lista. Segundo as investigações da Polícia Federal, Benedita teria recebido R$ 40 mil quando governava o estado e era candidata ao governo, em 2002.
- Foi uma surpresa ver meu nome envolvido nisso. Diante do fato, estou pedindo à direção da PF que aprofunde as investigações e que eu possa esclarecer que não recebi esse tipo de rescurso.
O secretário de Cultura Luiz Paulo Conde, que em 2002 era candidato a vice-governador a chapa de Rosinha, também negou ter recebido dinheiro da contravenção.
- Nego veementemente, com toda a minha indignação, ter recebido recursos ali constados.
Os papéis foram encontrados num imóvel que seria utilizado pelo advogado Júlio Cesar Guimarães Sobreira, que seria o responsável pela liberação do dinheiro usado nos pagamentos de propinas a policiais e no financiamento de campanhas de políticos.
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