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Apesar do anúncio pelo Ministério Público Federal (MPF) da recuperação de R$ 870 milhões dos R$ 6 bilhões desviados pelo esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato, apenas um terço desse valor já foi devolvido à Petrobras. A estatal recebeu R$ 296 milhões do total recuperado pela Operação em duas parcelas – uma em maio e outra em julho.

A maior parte do dinheiro que voltou aos cofres públicos pertencia ao ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco. No total, ele se comprometeu a devolver R$ 204.845.582,11 que estavam em contas secretas no exterior – 80% desse valor já está com a Petrobras. Os outros 20% foram mantidos em juízo para verificar se há outros danos que precisem ser cobertos.

Outros R$ 70 milhões já devolvidos foram desviados pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa. Não há informações, porém, sobre o restante dos bens que Costa se comprometeu a devolver para a União no acordo de colaboração premiada: ele entregou uma lancha de R$ 1,1 milhão; um terreno de R$ 3,2 milhões; um veículo Range Rover recebido do doleiro Alberto Youssef, no valor de R$ 300 mil; e o dinheiro apreendido em sua casa (R$ 762,2 mil; 181,4 mil dólares e 10,8 mil euros).

À disposição

Segundo o presidente da Petrobras, há uma perspectiva de recuperar todo valor desviado da estatal. Apesar disso, verbas e bens já bloqueados ainda continuam à disposição da Justiça, sem devolução.

Youssef, por exemplo, foi condenado a devolver valores adquiridos com a atividade ilícita. Entre os termos do acordo de delação premiada do doleiro, consta uma lista de bens que ficaram à disposição da Justiça. Uma das cláusulas dos termos do acordo da delação premiada prevê ainda que Youssef receba R$ 1 milhão para cada R$ 50 milhões recuperados na Lava Jato.

Além deles, os executivos do grupo Setal, Julio Camargo e Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, se comprometeram a devolver R$ 70 milhões aos cofres públicos. Mais recentes, os delatores Jorge Zelada e Renato Duque, ex-diretores da Petrobras, também devem devolver verbas adquiridas ilicitamente.

A reportagem procurou o Ministério Público Federal (MPF) questionando o andamento das negociações com outros países para recuperação de dinheiro desviado e que está no exterior, bem como obter informações sobre processo de devolução das verbas para os cofres públicos, mas a instituição não quis se pronunciar sobre o assunto.

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