No mesmo dia em que o Senado confirmou a escolha da deputada federal Ana Arraes (PSB-PE) para uma vaga no Tribunal de Contas da União, a nova ministra e o filho dela, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), foram acusados de pagaram cerca de R$ 300 mil em verbas públicas a uma locadora de automóveis de uma filiada ao PSB. A sócia majoritária da empresa, Renata Ferreira, é filiada à legenda presidida pelo governador. Ela também tem emprego, como terceirizada, no Ministério de Ciência e Tecnologia e seu pai trabalha no gabinete de Ana Arraes desde 2007. Filha do governador Miguel Arraes (1916-2005) e deputada sem expressão, Ana Arraes será a primeira mulher a ocupar uma vaga no tribunal.
Apesar da denúncia, Ana Arraes recebeu 48 votos favoráveis, 17 contrários e uma abstenção. O principal cabo eleitoral da deputada foi Eduardo Campos. Na semana passada, para garantir a aprovação dela pela Câmara Federal, ele articulou apoio com governistas e oposicionistas e chegou a despachar em Brasília para acompanhar as negociações.
A votação no Senado, que geralmente é apenas para homologar a vaga da Câmara uma vez que a indicação desta cadeira cabe aos deputados ficou agitada após o discurso do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).
Adversário político de Campos, o peemedebista disse que subia à tribuna constrangido para ter que falar da "mãe de um governador", mas que fazia por considerar a eleição "um absurdo, uma prática não republicana". "É um exemplo do vale-tudo na política. Se o que ocorreu na Câmara nas últimas semanas não é nepotismo, não é abuso do poder político e uso da máquina, eu não sei mais o que é", disse Jarbas Vasconcelos.
A fala provocou uma série de discursos de senadores aliados em defesa da indicação de Ana Arraes, boa parte lembrando o currículo que inclui dois mandatos de deputada federal.
O líder do PT, Humberto Costa (PE), negou a tese do nepotismo. "A deputada não é simplesmente a mãe de um governador ou filha de um ex-governador. É uma pessoa que tem militância política séria, que tem comportamento e postura ética inquestionável ao longo de sua vida".
Líder do PSB, Antonio Carlos Valadares (SE), disse que a escolha foi legítima e que ela tem todas as credenciais para ocupar o cargo.
Na Câmara, a deputada conquistou 222 votos, 73 a mais do que o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que está no sexto mandato e já presidiu a Câmara. Ana Arraes terá seis anos de mandato no TCU, pois precisará se aposentar quando completar 70 anos. Ganhará R$ 25,4 mil por mês.
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