O presidente interino Michel Temer decidiu nesta segunda-feira (30) manter no cargo o ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira. Na avaliação do Palácio do Planalto, essa situação só mudará se houver fatos novos relacionados a eventual interferência de Silveira na Lava Jato. “Ele fica, porque não faz juízo nenhum da operação, não fala mal da Lava Jato, não faz criticas objetivas”, afirmou um interlocutor presidencial.
Temer se reuniu com alguns ministros e assessores mais próximos para avaliar o impacto das novas gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado na qual o ministro Silveira aparece dando orientações ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Silveira esteve com Temer ontem e minimizou as gravações. Ele disse a Temer que só havia essa gravação e que foi apenas uma avaliação do que ocorria naquele momento na Lava Jato.
O ministro da Transparência aparece na gravação em uma conversa em que orienta o presidente do Senado, Renan Calheiros, para que não antecipe informações à Procuradoria-Geral da República na Operação Lava Jato.
A conversa foi gravada na residência oficial do presidente do Senado no dia 24 de fevereiro, quando Silveira ainda era conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Nela, Renan diz estar preocupado com um inquérito que responde no Supremo Tribunal Federal (STF), que investiga se ele e Machado, entre outros, receberam propina por meio de doações eleitorais para facilitar a vitória de um consórcio de empresas em uma licitação para renovar a frota da Transpetro.
Na manhã desta segunda-feira, servidores do ministério da Transparência protestaram pela saída de Silveira. Os manifestantes limparam com vassoura e água o gabinete do ministro. Eles pedem a volta da Controladoria-Geral da União (CGU) como uma unidade ligada à Presidência da República. Para eles, ao transformar a CGU em Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle, o presidente interino Michel Temer esvaziou o órgão.