Apesar das tentativas dos aliados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o doleiro Alberto Youssef preservou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) na CPI dos Fundos de Pensão, na qual prestou depoimento nesta terça-feira (27).
Deputados próximos ao peemedebista, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro e suspeito de esconder contas na Suíça, questionaram Youssef por diversas vezes sobre um possível encontro dele com o presidente do Senado para facilitar negócios do fundo de pensão dos Correios, o Postalis. O depoente voltou a negar o encontro, conforme já havia feito em depoimento prestado à extinta CPI da Petrobras.
“Eu já fiz um termo de colaboração com referência a esse assunto do Renan Calheiros. Eu tinha uma debênture emitida de uma empresa que eu tinha maior participação de cotas. Eu fui procurar, sim, o Renan, de ouvir dizer que ele tinha indicado o diretor financeiro da Postalis. Mas eu não consegui que ele me recebesse. Portanto, eu não posso dizer que [ele indicou] sim ou não. Eu conheci o Renanzinho [Renan Filho] e estive com ele uma única vez. E foi aqui em Brasília e não tratei disso”, afirmou aos deputados.
A fala de Youssef contradiz o depoimento de sua ex-contadora, Meire Poza, que havia dito à CPI que ambos haviam se reunido, por volta de março de 2013, para negociar uma compra, pelo Postalis, de R$ 25 milhões em cotas de um fundo de investimento de interesse do doleiro. Yousseff negou ainda ter participado de qualquer negociação que resultou em pagamento de propina a fundos de pensão.
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