Brasília - O pré-candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, José Serra, disse ontem que sua opinião favorável ao fim da reeleição, com mandato ampliado de cinco anos, não tem como objetivo servir como "cortesia" ao ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves (PSDB) que abriu mão de disputar a Presidência da República em prol de Serra.
Apesar de ter declarado posição contrária à reeleição ao lado de Aécio, durante visita a Minas, Serra disse que o seu ponto de vista não tem qualquer relação com o tucano nem vai fazer parte do seu programa de governo.
"Poderia ser interpretado assim, mas não foi. Até porque eu não precisaria, para ter o Aécio ao meu lado, defender posições dessa natureza. Essa é uma posição minha", afirmou. Aliados de Aécio chegaram a afirmar, depois da declaração de Serra, que o tucano teria feito um aceno de que o ex-governador poderia disputar o Planalto em 2014 com o fim da reeleição, já que cedeu a candidatura para Serra este ano.
O presidenciável afirmou que defende o fim da reeleição desde 1999, por isso não fará do tema sua bandeira no período eleitoral. "Não é uma questão que envolve as eleições, é uma opinião pessoal. Não é programa de governo porque não é consenso nem no PSDB, nem nos outros partidos", disse.
O tucano lembrou que o presidente Lula, que foi contrário à reeleição, mudou de ideia ao assumir o governo. "O Lula era contra a reeleição, ele não transformou isso em programa de governo. Ele mudou de opinião, o que é legítimo. As pessoas mudam às vezes de ideia."
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