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Depois de 15 anos, os professores da rede estadual deflagraram uma greve para evitar que direitos sejam suprimidos. A última mobilização neste sentido foi em 2000, quando a categoria lutou contra algumas propostas do então governador Jaime Lerner.

Naquele ano, o governo estadual tentou pôr em prática medidas que, segundo os professores, feriam a categoria. "Ele queria pôr fim à realização de concursos públicos, passar os servidores concursados para que fossem regidos pela CLT e ainda nomear os diretores dos colégios", conta o professor e ex-diretor da APP-Sindicato Miguel Baez.

A greve de agora, que conta com 100% de adesão neste início de ano letivo, tem características parecidas. "Se em 2000 a gente entrou [em greve] para garantir os direitos dos professores, agora estamos na mesma situação, que é impedir a aprovação do pacote de austeridade do atual governo, que fere nossas conquistas", compara Baez.

Em 2000, a paralisação durou cerca de dois meses. Alguns professores, inclusive Baez, fizeram greve de fome. "Ficamos 15 dias sem comer. Saí de lá e fui direto para o hospital", relata.

96 dias

Antes dos anos 2000, os professores ficaram durante uma década sem realizar nenhuma grande greve. A última havia sido em 1990, quando o governador era Alvaro Dias. Essa é considerada a maior paralisação já realizada pela categoria no Paraná. Segundo Baez, que participou da mobilização, foram 96 dias de greve. "Foi a greve mais duradoura dos professores no Paraná", destaca. O professor de História Adão Xavier diz que, apesar de a categoria não ter conseguido grandes avanços, a mobilização mostrou a união dos professores.

1988

O ato de 1990 foi um resquício da paralisação de 1988. Naquele episódio, a violência marcou o ato. Policiais avançaram com cavalos, cães e bombas de efeito moral contra uma multidão de docentes que protestava na Praça Nossa Senhora de Salette, em Curitiba, por melhores salários e condições de trabalho. A repressão deixou dez pessoas feridas e resultou na prisão de cinco manifestantes. "Muita bomba e tiro em nossas direções. Era uma selvageria. Muitos colegas ficaram feridos", relata Baez, que chegou a ser alvo das agressões dos policiais.

Seis

Esse é o número das grandes greves dos professores da rede estadual no Paraná após o período da redemocratização do país: 1988, 1990, 2000, 2001, 2014 e 2015.

Ano passado

Em 2014, os professores da rede estadual chegaram a fazer uma greve que durou perto de uma semana. Após acordo com o governo do estado, a mobilização foi interrompida

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