Atividades
Diálogo com a bancada é uma das missões
A falta de continuidade no trabalho do Escritório de Representação do Paraná em Brasília contribui para as dificuldades de articulação da bancada do estado no Congresso Nacional. O novo representante do estado na capital federal, Alceni Guerra, adianta que pretende estreitar as relações com os parlamentares, mas que não vai interferir em discussões internas, como as emendas coletivas. Recentemente, o coordenador da bancada, deputado federal Fernando Giacobo (PR), criou polêmica ao autorizar o cancelamento de uma emenda de bancada de R$ 35 milhões para a Linha Verde Sul, em Curitiba. Além disso, remanejou o recurso para obras em outras oito cidades entre elas Pato Branco, reduto político tanto de Giacobo quanto de Alceni. "Vou ser um interlocutor do governador, até porque vários empreendimentos exigem contrapartida do estado, mas não vou me meter", disse o ex-ministro. Após ser pressionado pelos colegas, Giacobo convocou nesta semana a primeira reunião desde que assumiu o cargo, em março. O encontro será no dia 10 de agosto. (AG)
TC aponta ilegalidades na antiga gestão
Segundo o material assinado pelo inspetor Agileu Carlos Bittencourt, a estrutura não presta contas ao TC desde 1993. Apesar de ter sido transformado em secretaria especial em 2009, o órgão nunca se desvinculou da Casa Civil.
Apenas um funcionário ocupa um andar inteiro da representação
O responsável interino pelo escritório, Fernando Antonio de Paulo, justificou inicialmente que não tinha mais a chave da porta de acesso ao andar. Antes disso, às 15h30, foi possível entrar no espaço e conversar com o funcionário do Iapar.
Esquecido ao longo do primeiro semestre do governo Beto Richa (PSDB), o Escritório de Representação do Paraná em Brasília será comandado pelo ex-ministro Alceni Guerra. A nomeação como assessor especial do governador ocorreu na terça-feira. Alceni terá a missão de reestruturar o órgão, que passou por um processo de enxugamento e conta hoje com apenas cinco funcionários dois na área administrativa, dois motoristas e uma zeladora.
O espaço também tem um histórico de instabilidade e de não conseguir articular os interesses do estado na capital. Ao longo das administrações Roberto Requião e Orlando Pessuti (PMDB), o escritório teve quatro responsáveis Nivaldo Krüger, André Zacharow, Eduardo Requião e Victor Lacombe. Além disso, passou por diferentes status administrativos.
Até 2009, o órgão funcionava apenas como um braço da Casa Civil em Brasília. Para poder nomear o irmão Eduardo sem infringir a súmula antinepotismo editada pelo Supremo Tribunal Federal em 2008, Roberto Requião transformou o órgão por decreto em secretaria especial. Em maio de 2010, com a exoneração de Eduardo pelo então governador Pessuti, o espaço voltou a funcionar como um escritório.
Diagnóstico
Alceni diz que fará um diagnóstico da infraestrutura atual e da demanda existente na semana que vem. Ele sabe que enfrentará problemas. "Eu tenho dito que estou encarando esse convite como uma missão, que precisa ser cumprida integralmente e o mais rápido possível."
A primeira sondagem do governador aconteceu em janeiro, mas não prosperou porque Alceni desejava se afastar da política para cuidar dos negócios da família. Médico, ele foi ministro da Saúde e da Criança no governo Fernando Collor (1990-1992). Era deputado federal até o ano passado, mas não se candidatou à reeleição.
A mudança de planos aconteceu porque o desafio "cresceu", segundo Alceni. "Apareceu um problema de articulação do governo do estado com os parlamentares e o governo federal, justamente em uma época em que os recursos da União se tornaram fundamentais. Precisamos estar atentos para não perdermos os recursos disponíveis para as obras da Copa do Mundo."
O ex-deputado também estuda ampliar as atribuições do órgão. "Os prefeitos estão reclamando muito e ainda há uma demanda das organizações do terceiro setor por mais espaço em Brasília." Ele não sabe, entretanto, se vai receber mais funcionários e recursos.
O discurso do secretário da Casa Civil, Durval Amaral, é de austeridade. "Reduzimos a estrutura do escritório ao mínimo necessário nesse começo de governo. Vamos passar por uma fase de reestruturação, mas não faremos nada faraônico, nada que signifique ostentação", explica Amaral.
Demora
Os mais de seis meses de espera por um novo responsável pelo escritório foram incomuns, na comparação com os outros estados. Segundo o presidente do Fórum Nacional de Representantes de Estados (Fonare), Marco Antonio Toccolini, do Maranhão, apenas os escritórios de São Paulo e Paraná eram comandados por interinos até ontem. "Cada estado tem a sua maneira de trabalhar, mas a representação é sempre importante como uma atividade complementar ao trabalho das demais secretarias de estado."
Toccolini também diz que há uma "falsa imagem" de que os escritórios acabam se transformando em "elefantes brancos" ou "cabides de emprego". "Quando o trabalho aqui em Brasília é bem feito, com mais técnica do que política, dá resultado e gera economia para os cofres públicos."
PSD do Paraná
Apesar de ter desistido de disputar eleições, Alceni não se afastou da política partidária. Depois de ter ajudado a fundar o Partido da Frente Liberal (PFL), que mudou o nome para Democratas em 2007, ele é um dos principais nomes do Partido Social Democrático (PSD). A nova legenda ainda está em fase de formação, mas já está decidido que Alceni será o primeiro vice-presidente da sigla no Paraná.
Interatividade
Qual sua opinião sobre a demora de seis meses para o governo do Paraná estruturar a representação em Brasília?
Escreva para leitor@gazetadopovo.com.br
As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor
Deixe sua opinião