Governo começará a negociar cargos de segundo escalão
O ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) disse que agora, passada a eleição da Câmara e do Senado, o governo começará a negociar os cargos do segundo escalão. "Nós já recebemos a solicitação dos partidos. Não houve nenhum compromisso até este momento e, a partir da agora, inclusive para respeitar a eleição da Casa, começam as negociações com os partidos para definir o segundo escalão e buscar combinar o critério técnico da competência com o critério político do apoio parlamentar no Congresso Nacional", afirmou Mercadante.
Um dia depois da derrota de seu candidato, Arlindo Chinaglia (PT-SP), na disputa pela presidência da Câmara, o Palácio do Planalto começou nesta segunda-feira, 2, a buscar uma reaproximação com o novo presidente da Casa, Eduardo Cunha (RJ), e seu partido, o PMDB, detentor da segunda maior bancada, com 66 deputados.
O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, negou o visível clima de ressaca e acenou ao PMDB, destacando a independência entre os poderes, bandeira defendida por Cunha durante seus dois meses de campanha.
"Esta é uma Casa política, tem votação, a gente ganha, a gente perde. O importante é manter o diálogo, a disposição de construção de uma agenda que o país precisa e, como os chefes de Poder disseram hoje, tem que respeitar a independência plena do Legislativo e a harmonia entre os Poderes", afirmou após as cerca de duas horas de sessão de abertura do ano legislativo, que não contou com a presença da presidente Dilma Rousseff.
Mercadante negou que Cunha seja "desafeto" do Palácio do Planalto. Os dois cochicharam diversas vezes, enquanto o primeiro-secretário da Mesa Diretora da Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), lia a mensagem enviada por Dilma. O ministro disse ter trabalhado "muito bem" com o PMDB durante o primeiro mandato de Dilma.
"O PMDB foi muito importante, a liderança dele (Cunha), inclusive. Temos certeza de que vamos avançar nessa direção", afirmou o ministro. Mercadante disse que o PMDB "foi um partido fundamental" durante os dois governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro de Dilma e "continuará sendo" importante nos próximos quatro anos. "Às vezes, tem divergência na base. Faz parte da vida democrática. Mas você tem que superar com diálogo, com humildade, com a disposição de construir", acenou o ministro.
O Planalto conta com o PMDB para reunificar a base e não ser derrotado pela oposição em votações importantes para o governo como a reforma política, o veto presidencial que estabeleceu em 4,5% o porcentual de correção da tabela do Imposto de Renda, e a Medida Provisória que altera o PIS/Cofins sobre produtos importados, por exemplo.
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