O ex-presidente da Andrade Gutierrez Otávio Azevedo e o ex-diretor da empresa Elton Negrão, que foram presos na Operação Lava Jato , vão passar o Carnaval em casa.
Os dois assinaram acordo de delação premiada com a PGR (Procuradoria Geral da República) – agora, serão transferidos para o regime de prisão domiciliar com o uso de tornozeleira eletrônica. O acordo ainda precisa ser homologado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Jantot.
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Os executivos ganharão a liberdade na tarde desta sexta (5). Ambos foram presos em junho, na 14ª fase da Lava Jato.
No acordo assinado pelos executivos, eles se comprometeram a revelar informações sobre temas como a construção de estádios de futebol para a Copa do Mundo e os pedidos de doações para a campanha de 2014 da presidente Dilma Rousseff envolvendo figuras centrais do seu governo, como o assessor especial da presidência Giles Azevedo e o ministro-chefe da Secretaria de comunicação, Edinho Silva.
Entre os estágios em que a Andrade atuou estão a reforma do Maracanã, no Rio, o Mané Garrincha, em Brasília, o Beira-Rio, em Porto Alegre, e a Arena da Amazônia, em Manaus.
Eles também devem falar de obras relacionadas ao setor elétrico, como as usinas de Belo Monte, no Pará, e Angra 3, no Rio.
A colaboração não contempla fatos sobre o senador tucano Aécio Neves (PSDB-MG) nem sobre a empresa Gamecorp, que tem entre os sócios Fábio Luís Lula da Silva, filho mais velho do ex-presidente.
Com a assinatura do acordo, o juiz Sergio Moro suspendeu o andamento do processo, que já estava em fase da apresentação das alegações finais da defesa.
A Andrade foi acusada, juntamente com a Odebrecht, de pagar R$ 632 milhões de propina em contratos da Petrobras. A Odebrecht é considerada a maior empreiteira do Brasil, enquanto a Andrade ocupa o terceiro lugar.
Procurado, o advogado Celso Vilardi, que costurou a delação, não quis se pronunciar.