Depois de a Petrobras anunciar que não descobriu propina na apuração de suposto envolvimento da empresa em um esquema na Holanda, a Controladoria-Geral da União (CGU) decidiu abrir uma investigação própria para "aprofundar" o trabalho feito pela estatal. A comissão foi instaurada pela Petrobras no dia em que foi revelado no Brasil depoimento de suposto ex-funcionário da fornecedora holandesa SBM, publicado no site colaborativo Wikipedia, segundo o qual a empresa promoveu pagamentos de propinas no valor de U$S 275 milhões, em sete países. Um dos destinos dos pagamentos, de acordo com o ex-funcionário, seria a Petrobras, que teria recebido US$ 139 milhões entre 2007 e 2011.

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Em nota, a CGU afirma que as investigações levarão 30 dias e são sigilosas. A ordem partiu do ministro Jorge Haje, que instaurou uma "sindicância investigativa"."Com relação ao caso SBM Offshore, o ministro Jorge Hage determinou hoje a abertura de sindicância investigativa pela Corregedoria-Geral da União (CRG), órgão vinculado à CGU. O objetivo é aprofundar a apuração interna realizada no âmbito da Petrobras. A sindicância investigativa é um procedimento de caráter sigiloso e tem prazo de 30 dias, a partir da publicação da portaria instauradora no Diário Oficial da União (DOU), para ser concluído - podendo ser prorrogado por igual período".

Ao contrário da Petrobras, que afirmou que não encontrou propina na apuração feita "restrita a sua competência regulamentar", a CGU trabalha com a hipótese de encontrar irregularidades e haver punições. Segundo a CGU, esse tipo de sindicância pode ter três consequências: arquivamento da denúncia ou instauração de sindicância punitiva ou processo administrativo disciplinar.

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Antes, a CGU já havia pedido cópia dos contratos à Petrobras e ajuda ao governo da Holanda e à SEC (Securities and Exchange Commission, que regula o mercado de capitais nos EUA) para obter informações sobre o caso de pagamentos de propina feitos pela empresa holandesa SBM Offshore.