A Polícia Federal (PF) deve decidir nesta terça-feira (12) se mantém a acareação entre o lobista Fernando Baiano e o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula. Os dois ficariam cara a cara na quinta-feira (14), mas Bumlai apresentou um infecção no sistema urinário e teve que passar por exames emergenciais no Hospital Santa Cruz, em Curitiba.
Na segunda-feira, o juiz Sergio Moro autorizou a ida de Bumlai ao hospital. O pecuarista, preso desde o dia 24 novembro acusado de intermediar propina ao PT, teve sangramento na urina no domingo.
De acordo advogado Arnaldo Malheiros, que representa o empresário, antes mesmo de ser preso, Bumlai ja havia apresentado traços de sangue na urina. De acordo com Malheiros, o pecuarista só não foi internado, em São Paulo, porque se recusou a cumprir a recomendação médica para se apresentar à sessão da CPI do BNDES. O depoimento dele estava marcado para o mesmo dia da prisão.
Se a acareação for mantida, será a primeira vez desde que o pecuarista foi preso em que Baiano e Bumlai vão se encontrar. O lobista aponta o empresário como um intermediário do PT ligado ao Planalto no esquema de corrupção da Petrobras.
Em delação premiada, Baiano disse que repassou R$ 2 milhões ao pecuarista. Os recursos, segundo o lobista, teriam sido usados para pagar uma dívida imobiliária de um apartamento de uma nora de Lula. Bumlai nega que tenha pago alguma dívida de familiares do ex-presidente. Lula negou qualquer tipo de envolvimento e de seus familiares em transações financeiras com Bumlai e Baiano.
Além da divergência sobre o apartamento, os investigadores também querem saber quem está falando a verdade sobre o papel do ex-ministro Antonio Palocci numa suposta transação de propina para a campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010. Em depoimento à PF, Bumlai negou ter promovido uma aproximação entre Palocci e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Baiano diz que foi o pecuarista quem fez a ponte entre os dois.