Fernando Xavier Ferreira: secretário da educação é visto pelos deputados como inadequado para a função.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Os deputados que dão sustentação ao governo Beto Richa (PSDB) na Assembleia estão fazendo forte pressão para que o secretário de Educação, Fernando Xavier Ferreira, seja demitido do cargo. Na base do governo, ele é visto como um dos responsáveis pelo acirramento do clima entre o Palácio Iguaçu e os professores, que culminou na última quarta-feira com um confronto no Centro Cívico – foram 213 feridos depois do uso de balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo e cães policiais.

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Rossoni: responsáveis por abusos da polícia devem ser exonerados. 

Embora o protesto dos professores na quarta-feira tivesse mais relação com a reforma da previdência - aprovada pelos deputados a pedido do governo - do que com a pasta da Educação, a visão dos deputados é de que Ferreira errou em vários momentos na condução da greve dos professores. Antes de mais nada, por ter sugerido vários cortes de direitos dos trabalhadores na primeira versão do pacote de ajuste fiscal, em fevereiro – os trechos foram depois retirados na segunda versão do pacote, aprovada na semana passada.

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“Ele é difícil de conversar, não tem diálogo. E não é da área de educação”, diz um dos deputados descontentes. “É um bolha”, resume outro. Para os deputados, Ferreira não tem condições de gerir a secretaria. “Ele vem da iniciativa privada, é um excelente gestor. Mas quer aplicar no governo estratégias agressivas dos lugares por onde passou, cortando gastos de todo jeito. E sem dialogar. Não dá”, diz um parlamentar.

PM diz que cachorros morderam vítimas porque foram ameaçados

A Polícia Militar do Paraná (PM), via assessoria de imprensa, afirmou que os cachorros usados para conter manifestantes no protesto de quarta-feira (29) “só atacaram porque foram ameaçados”. O deputado Rasca Rodrigues (PV) e o cinegrafista da TV Band, Luiz Carlos de Jesus, foram mordidos por cães das raças pit bull e pastor belga que estavam com os

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Neste fim de semana, o próprio presidente estadual do PSDB, deputado federal Valdir Rossoni, usou o Facebook para pedir a cabeça de Ferreira. “O secretário da Educação está fora do contexto da pasta. É um ótimo técnico, seria muito útil em outro área, mas não está preparado para a área da Educação”, disse.

Rossoni, no mesmo post, também admitiu o uso de força excessiva e desproporcional por parte da polícia na contenção dos manifestantes na quarta-feira e disse que todos os “responsáveis pelas atitudes desmedidas, pelos desmandos, pelos exageros” devem ser exonerados ou “pedir para sair”. Em nenhum momento, porém, disse o nome do secretário da Segurança Pública, Fernando Francischini.

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Comandante das polícias, Francischini deixou de se pronunciar publicamente desde o confronto de quarta-feira. Entre os deputados estaduais, a impressão é de que a chance de ele cair é menor do que a de Ferreira. Mas isso não quer dizer que a sua permanência no posto esteja garantida.