Considerado “assistente” de José Dirceu, Fernando Moura perdeu o advogado de defesa.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

O advogado Pedro Iokoi abandonou a defesa do lobista Fernando Moura após o delator entrar em contradição na frente do juiz Sergio Moro. O criminalista foi responsável pelo acordo de delação premiada do lobista apontado como um dos caminhos por onde a propina desviada da Petrobras chegou ao ex-minsitro José Dirceu. Em ofício encaminhado ao juiz nesta quinta-feira (28), Iokoi não detalha os motivos da renúncia.

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A nova versão de Moura sobre os fatos ocorridos na Petrobras pegou de surpresa investigadores da Operação Lava Jato e defensores. Em agosto de 2015, o lobista disse à força tarefa que Dirceu e empresários foram beneficiados pela indicação de Renato Duque para o cargo de Diretor de Serviços da Petrobras. Na frente de Moro, na sexta-feira (22), o lobista voltou atrás.

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O lobista não confirmou que o empresário Licínio de Oliveira Machado Filho, dono da Etesco, teria indicado Renato Duque para a diretoria de Serviços da Petrobras, tenha começado a ser beneficiado com contratos logo após a indicação. Negou ainda que Dirceu tenha sido o responsável pela escolha de Duque para o posto, afirmando que soube que o então ministro só entrou na sala onde estavam sendo discutidos os nomes para a Petrobras para dar um voto de desempate.

O advogado de Dirceu, Odel Antun, afirmou que Dirceu não ficará em silêncio em seu depoimento ao juiz Sergio Moro, marcado para esta sexta-feira (29) . O ex-ministro, segundo o defensor, dirá que a indicação de Duque, base da denúncia contra ele, foi feita por Sílvio Pereira, que era secretário geral do PT, e pelo diretório do PT em São Paulo.

O advogado afirmou que o depoimento de Moura revelava contradição em relação aos de outros delatores da Lava Jato e que mostravam que Dirceu não teve participação direta na escolha de Renato Duque, considerada pela defesa a principal base da acusação contra o ex-ministro.

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O advogado de Silvio Pereira, Sérgio Badaró, afirmou que só vai se pronunciar depois do depoimento do ex-ministro José Dirceu e que Silvio Pereira já negou ter sido o responsável pela indicação de Renato Duque.

Adiamento

A defesa de Dirceu tentou, sem sucesso, adiar o depoimento do ex-ministro a Moro. O advogado Roberto Podval encaminhou uma petição pedindo para saber se Renato Duque está fazendo delação premiada. Podval alega que as supostas informações do ex-diretor da Petrobras poderia influenciar no depoimento de Dirceu. Moro negou, afirmando que não se pode dar publicidade das negociações ou delações antes de homologadas na Justiça.

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