O vereador Denilson Pires (DEM) voltou ontem à Câmara Municipal de Curitiba recebendo "apoio moral" de colegas. Preso no dia 31 de agosto sob suspeita de ter cometido fraude no Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba (Sindimoc), do qual é presidente, Pires chorou ao discursar da tribuna. Disse ser inocente e afirmou que seus filhos estão com vergonha de ir à escola.
Três vereadores fizeram discursos sobre a situação do parlamentar. "Demos uma força moral para ele. Ele parecia realmente abatido e não é nosso papel prejulgar. O julgamento vai ficar a cargo da Justiça", afirmou o vereador Celso Torquato (PSDB). Primeiro-secretário da Câmara, Torquato diz ter feito seu pronunciamento de apoio a Denilson Pires em nome da Mesa Executiva. Além dele, os vereadores Mario Celso (PSB) e Paulo Frote (PSDB) também se manifestaram.
Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual, Pires estaria envolvido em um esquema de desvio de dinheiro do sindicato. Além dele, também foram presos o ex-vereador Valdenir Dias, advogado do sindicato, e Valdecir Boleti, tesoureiro.
Conselho de Ética
Pires será ouvido amanhã pelo Conselho de Ética da Câmara Municipal, para que se decida se ele responderá a algum procedimento interno. A decisão foi tomada ontem, em duas reuniões feitas após a sessão plenária do dia. Da primeira, marcada pelo presidente da Câmara, João Claudio Derosso (PSDB), participaram todos os líderes partidários. A segunda foi exclusiva para os integrantes do Conselho de Ética.
"O próprio vereador se colocou à disposição", afirmou o presidente do conselho, vereador Roberto Hinça (PDT). "E queremos ouvi-lo até para entender direito as acusações. Ainda não está muito claro para nós o que ocorreu", disse Hinça. Além do presidente, participam do conselho de ética os vereadores Aladim Luciano (PV), Julieta Reis (DEM), Professora Josete (PT) e Serginho do Posto (PSDB).
Segundo Hinça, ainda não foi registrada oficialmente na Câmara nenhuma representação ou denúncia formal contra Denilson Pires. "Em teoria, qualquer cidadão pode ir ao protocolo da Câmara e pedir que um vereador seja investigado. Mas isso ainda não aconteceu", disse.
A reportagem procurou Pires para que ele se pronunciasse sobre a sua situação. A assessoria de imprensa disse que, por enquanto, ele não pretende se manisfestar.
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