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Unidade Paraná Seguro: instalação de polícias pacificadoras, inspirado  no modelo carioca, é ação mais lembrada do atual governo | Antonio More/ Gazeta do Povo
Unidade Paraná Seguro: instalação de polícias pacificadoras, inspirado no modelo carioca, é ação mais lembrada do atual governo| Foto: Antonio More/ Gazeta do Povo

Balanço

Segurança é a marca da atual gestão

A instalação de Unidades Paraná Seguro são a ação mais lembrada da atual administração.

O governador Beto Richa (PSDB) tomou posse afirmando que as linhas mestras de sua gestão seriam as áreas da saúde, educação e segurança, mas é nesta última que estão as ações mais divulgadas pela atual gestão até o momento.

A implantação das UPSs, a contratação de novos policiais e o policiamento na fronteira foram o que mais chamou a atenção dos paranaenses nesses dois anos de governo. De acordo com um levantamento realizado pelo instituto Paraná Pesquisas, encomendado pela Gazeta do Povo, quando perguntados sobre qual projeto ou programa da atual gestão do governo do estado poderiam citar, de forma espontânea, o maior número de respostas surge na segurança: são 9,39% dos entrevistados.

O programa Paraná Seguro foi lançado no ano passado prometendo fazer uma completa restruturação da segurança no estado, com previsão de investimentos de R$ 1,2 bilhão até 2014. Para isso foi criado o Fundo Especial de Segurança Pública do Estado do Paraná (Funesp), que é financiado em boa parte por recursos arrecadados pelo pagamento de taxas ao Detran. Mas, apesar da grande divulgação do programa, os investimentos ainda estão longe do estimado. De janeiro até agora, foram gastos R$ 79 milhões do fundo para pagamento de compras e serviços. Bem menos do que o previsto para este ano, que era de R$ 135 milhões.

Criminalidade

Os números do governo apontam que, onde a Unidade Paraná Seguro (UPS) é instalada, diminui a criminalidade, principalmente o número de homicídios. Mas é preciso tomar cuidado com esses dados, avalia Bene Barbosa, presidente da ONG Movimento Viva Brasil e especialista em segurança pública. "É o efeito espantalho. Essas unidades espantam os criminosos da região, mas não acabam com o crime. O criminoso que sai daquela região não vai parar de assaltar. Vai agir em outras áreas", diz.

Metodologia

Pesquisa ouviu 1,6 mil paranaenses

O instituto Paraná Pesquisas entrevistou 1.640 moradores do Paraná entre 11 e 15 de dezembro, em 68 municípios do estado, para fazer a avaliação do governo do estado, a pedido da Gazeta do Povo. A margem estimada de erro é de 2,5% para os resultados gerais, tanto para mais quanto para menos. Nas análises das questões por localidade, a margem de erro é de 4,5% para o estrato "Mesorregião Metropolitana de Curitiba" e de 3% para o estrato "Demais Mesorregiões do Estado".

  • Beto Richa: para 44%, gestão é melhor do que a anterior, de Roberto Requião

Depois de dois anos, a gestão de Beto Richa (PSDB) no governo do estado é aprovada por 69,57% da população paranaense, de acordo com levantamento feito neste mês pela Paraná Pesquisas a pedido da Gazeta do Povo. Comparada com a satisfação aferida pelo mesmo instituto há um ano, a aprovação do governo caiu quatro pontos porcentuais. Apesar da tendência de baixa, a aprovação do atual governo ainda é alta.

INFOGRÁFICO: Maiores problemas apontados e áreas do governo mais lembradas

Mesmo aprovando de forma geral a administração, 67% dos pesquisados não souberam dizer, de forma espontânea, nenhum programa efetivado pela atual administração do estado. Isso corresponde a dois terços dos entrevistados. Dos que citaram políticas públicas realizadas, 9% lembraram das ligadas à área da segurança, que se tornou a principal marca da atual gestão em seus primeiros dois anos.

Isso ocorreu principalmente devido à instalação das Unidades Paraná Seguro (UPSs), que funcionam no mesmo modelo das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) do Rio de Janeiro. Policiais são deslocados para uma área de maior criminalidade e ficam permanentemente na região. Até o momento, foram instaladas dez unidades em Curitiba e duas no interior do estado: uma em Londrina e outra em Cascavel. As unidades são o carro-chefe do Programa Paraná Seguro.

"As UPSs marcaram muito a região de Curitiba. Porém no interior não pesam muito porque só foram instaladas em duas cidades. É um programa de forte potencial, mas que ainda não tem intensidade para chamar a atenção de todo o estado", comenta Murilo Hidalgo Lopes de Oliveira, diretor da Paraná Pesquisas. Outros 6,1% dos entrevistados mencionaram a saúde ao serem perguntados sobre as principais ações do governo e 5% disseram que a administração de Beto Richa melhorou as estradas. As outras áreas foram citadas por menos de 5% dos entrevistados.

A saúde é considerada pela população como sendo o maior problema do estado atualmente – com 41,7% das respostas. Em segundo lugar, aparece a segurança pública, que obteve 29,8% das citações. "O governo do estado deveria prestar atenção nesse dado da saúde. Foi essa área que derrotou Luciano Ducci [prefeito não reeleito] em Curitiba e será, nesses próximos dois anos, o grande problema a ser enfrentado tanto por Beto Richa quanto por Dilma Rousseff e pelos novos prefeitos", avalia Murilo Hidalgo.

A educação teve 6,5% das citações como principal problema do Paraná. Outras áreas, como as condições das estradas, o pedágio e a área social preocupam bem menos a população – todos foram citados por menos de 3% dos sondados.

Para 44%, a gestão atual é melhor do que a anterior, de Roberto Requião (PMDB). Porém, outros 33,1% dizem que a administração de Richa e a de Requião são comparativamente iguais. E para 19,1% a gestão de Richa é pior do que a de seu antecessor.

Orçamento deve ser 37% maior em 2013

O orçamento aprovado pela Assembleia Legislativa mostra que, para 2013, está previsto um aumento nominal de 37,7% dos recursos para a área da segurança no Paraná. Mas esse não é o maior aumento proporcional. O governo promete investir mais em obras e, pelo orçamento aprovado, são as áreas administrativas que ganharão maior aporte de recursos. A pasta do Planejamento terá aumento nominal de 179,8% e a Fazenda, de 131,6%.

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