Depois de um feriado de Carnaval emendado na semana passada, o Poder Legislativo estadual e municipal em Curitiba reinicia hoje, na prática, os trabalhos em 2007. Na Assembléia, as criações das comissões parlamentares de inquérito devem tomar conta das discussões.

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No dia 15, os deputados eleitos e os suplentes de vereadores tomaram posse na abertura das sessões. Mas as funções de votação e fiscalização só começam de fato com a instalação das comissões permanentes, pelas quais passam os projetos antes de serem colocados em pauta.

Na Assembléia, as comissões devem ser instaladas até quarta-feira, com a indicação dos nomes pelos partidos. Como as sessões ocorrem de segunda à quarta-feira, dificilmente haverá votação ainda em fevereiro. "Vou conversar com a assessoria jurídica e ver se há condições de colocar alguma coisa em pauta ainda na segunda-feira", disse o presidente da Casa, deputado Nelson Justus (PFL).

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Seis pedidos de instalação de CPIs foram feitos na abertura das sessões. Além da que pede a investigação do pagamento de R$ 10 milhões do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná à empresa DM, na gestão Jaime Lerner, os deputados pedem a investigação parlamentar sobre a venda e a alienação do Banestado e da Ambiental Paraná, sobre a transferência de créditos de ICMS nos últimos 12 anos, sobre a antecipação de royalties pagos pela Itaipu Binacional ao governo do estado, sobre os contratos de subconcessão da Ferroeste à Ferropar e sobre a aplicação de recursos públicos em ONGs e entidades do terceiro setor.

O regimento permite no máximo cinco comissões, mas há resistência para a abertura de tantas ao mesmo tempo. O deputado Augustinho Zucchi (PDT) defende a análise rigorosa do pedido, antes da instalação. "Fazer funcionar cinco ao mesmo tempo tranca a pauta e pode acontecer como muitas outras, nas quais nem sabemos se foi feito relatório final dos trabalhos", diz Zucchi.

Nelson Justus quer discutir com os líderes de partido a viabilidade da instalação de tantas comissões."Não é possível logística, técnica e humanamente que se processem cinco CPIs ao mesmo tempo", diz Justus. Ele defende a abertura de apenas algumas. "Pela minha opinião e experiência cinco CPIs não funcionam. Já vi esse filme em outras épocas", diz Justus.