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Depois de mais de duas horas de reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto, o presidente em exercício do PT, Marco Aurélio Garcia, disse, nesta quinta-feira, que o partido concorda com um governo de coalizão e que o PMDB deve ser um participante desse governo. Irritado com a insistência dos jornalistas, ele chegou a dizer que o PMDB não é um problema e sim uma "solução".

- Da nossa parte, sempre falamos em governo de coalizão. O PMDB, para nós (do PT), não é um problema, é mais uma solução - disse.

Garcia demonstrou impaciência também ao ser perguntado se o PT havia sido enquadrado por Lula. Apesar da cobrança de parlamentares petistas na semana passada para que o partido não perdesse espaço no novo governo de Lula, Garcia adotou discurso mais moderado e afirmou que a participação do PT não pode ser medida por número de ministérios, ironizando que esse não é um cálculo feito por "metro quadrado". Segundo ele, o presidente Lula garantiu que o PT será representado na proporção de sua força nesse próximo governo.

- Não foi uma reunião para reivindicar cargos ou mesmo para se discutir o varejo político e sim para discutir as orientações políticas para o segundo mandato. Tenho certeza que o partido terá um espaço que corresponda à sua força política, já que elegeu o presidente e cinco governadores. Mas não estamos falando em espaço de arquiteto, que se mede em metros quadrados. A participação se mede pelo engajamento na política do governo e há total engajamento (do PT).

Na última semana, durante um evento no Ministério da Educação, Lula indicou que o PT perderia espaço no segundo governo:

- O PT já tem o cargo mais importante, que é o presidente.

Mas os parlamentares petistas reagiram e alguns, como senadora Ideli Salvatti (SC), líder da bancada, não esconderam que o partido queria manter o espaço na nova equipe.

Garcia disse também que, a partir de agora, Lula quer ter uma relação mais institucional com o partido. Ele citou como exemplo, uma nova disposição de Lula de se reunir com mais freqüencia com o PT, inclusive por meio de encontros mensais.

Além de Marco Aurélio Garcia, participaram da reunião o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais), Luiz Dulci (secretário-geral da Presidência), os dirigentes do PT deputada Maria do Rosário (RS), Valter Pomar e o secretário de finanças do partido, Paulo Ferreira. A senadora Ideli Salvati (SC), líder do partido no Senado, cuja presença não estava prevista, também participou do encontro.

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