Após ficar famoso por sua participação na Operação Lava Jato, o agente da Polícia Federal Newton Ishii, mais conhecido como “Japonês da Federal”, tem sido solicitado para realizar mais operações, sendo uma espécie de “marca” da corporação. Segundo fontes ligadas à PF, a instituição entendeu que a imagem do japonês baixo, de cabelos brancos e óculos escuros pode ser usada como chamariz contra a corrupção.
Precisamos de vocês para juntar as forças para combater a corrução e tornar o Brasil mais justo. Um abraço a todos e contem comigo.
Uma dessas operações, realizada recentemente, consistia na prisão de suspeitos de praticar o crime de tráfico de drogas. Com a presença de Ishii, os agentes “acordaram” um dos suspeitos às 7 horas da manhã. Ao reconhecê-lo, o suspeito percebeu que os policiais estavam atrasados. “Mas você não chega às 6 horas?”, questionou.
Não só a instituição, mas os próprios policiais têm usado a imagem de Ishii na defesa de seus interesses. No dia 18 de dezembro, numa página de Facebook ligada a agentes da polícia, foi compartilhado um vídeo em que Ishii defende a convocação de policiais federais aprovados em concurso, mas que ainda não assumiram as funções. “Precisamos de vocês para juntar as forças para combater a corrução e tornar o Brasil mais justo. Um abraço a todos e contem comigo”, diz Ishii, tímido, na gravação de 17 segundos.
Fama
Ishii ficou conhecido em todo o Brasil por aparecer em fotos e gravações da imprensa escoltando presos da Lava Jato, virando uma espécie de símbolo da operação. Nas redes sociais, virou um “meme” – ser “acordado pelo Japonês da Federal” virou sinônimo de que “a casa caiu”. Para o carnaval, sua máscara virou sucesso de vendas, e até mesmo um boneco de Olinda foi feito para homenageá-lo.
A fama cresceu quando a figura do “japonês bonzinho” foi citada em conversa gravada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) com o advogado do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, Edson Ribeiro. Na gravação, ele é acusado por Ribeiro de repassar informações à imprensa. Uma investigação foi aberta pela PF para apurar o caso.
Polêmicas à parte, Ishii é tido como um agente de confiança pela instituição – independentemente das suspeitas de vazamentos e de problemas anteriores com a corporação.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura