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Policiais durante a operação: 213 feridos no dia 29 de abril. | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Policiais durante a operação: 213 feridos no dia 29 de abril.| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Primeiro responsável pelo comando da Operação Centro Cívico – que deixou 213 feridos no confronto do dia 29 de abril entre policiais e servidores–, o coronel Chehade Elias Geha teria alertado seu superior sobre um possível abuso de autoridade que a Polícia Militar estaria prestes a cometer antes do conflito.

De acordo com o Ministério Público (MP) do Paraná, Geha teria enviado uma mensagem de texto ao coronel Nerino, subcomandante-geral da PM, externando suas preocupações em relação à ocupação da região, no dia 26 de abril. No dia seguinte, o então comandante-geral da PM, coronel Vinicius Kogut, determinou a alteração da cadeia de comando da operação.

“Acredito que estamos na iminência de cometermos um flagrante abuso de autoridade”, diz a mensagem de texto de Geha enviada em 26 de abril. “Não vejo como impedir o acesso de pessoas, caminhão de som, montagem de barracas no Centro Cívico. Nossa missão é garantir que a Alep [Assembleia Legislativa do Paraná] não seja invadida e, caso ocorra, reintegrar a mesma”, continua a mensagem. “Gostaria que reestudassem o que planejaram anteriormente”, diz o coronel ao finalizar a mensagem.

Segundo depoimento ao MP, como não obteve resposta à tentativa de contato, Geha foi pessoalmente ao encontro de Nerino para tratar do assunto. Depois de uma reunião realizada no dia 27 de abril, “o coronel Kogut determinou ao coronel Chehade alteração na cadeia de comando da Operação Centro Cívico”.

A nova determinação fez com que o tenente-coronel Hudson, comandante das tropas especiais – como o Bope e a Tropa de Choque – deixasse de ser subordinado a Geha e passasse a responder ao coronel Nerino. Assim, Geha comandaria apenas as tropas regulares.

De acordo com o MP, a decisão “colocava no comando imediato do coronel Nerino todas as tropas especiais, exatamente as tropas de maior potencial ofensivo”.

Outro lado

Em nota, a Polícia Militar informou que “o Inquérito Policial Militar instaurado, em face dos fatos do dia 29 de abril de 2015, ainda não foi concluído, sendo que, após a conclusão por parte do encarregado, os fatos serão analisados com absoluta maturidade e responsabilidade institucional”. Ainda segundo a PM, “seria precoce e irresponsável qualquer outra forma de manifestação pontual a respeito dos fatos em apuração”.

Investigação

O MP ajuizou uma ação de improbidade administrativa contra Beto Richa, o ex-secretário Fernando Francischini e os coronéis César Kogut, Arildo Luís Dias, Nerino Mariano de Brito e o tenente-coronel Hudson Teixeira.

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