Lula (á esq.) participa da reunião da Executiva do partido, ao lado do presidente do PT, Rui Falcão| Foto: Paulo Pinto/Agencia PT

O PT vai assumir a bandeira da defesa de realização de novas eleições no país. Reunida nesta sexta-feira (2), em São Paulo, a Executiva do partido aprovou um texto sobre o tema. A resolução também faz uma defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ex-presidente Dilma Rousseff. Ainda não se sabe os detalhes de como esta nova eleição será proposta.

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Lula participa do encontro, que acontece na sede do partido.

“O PT vai defender eleições diretas. Houve acordo para isso”, afirmou o deputado federal Paulo Teixeira (SP), um dos vice-presidentes da legenda.

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No mês passado, o PT havia rejeitado a proposta de assumir a bandeira para a realização do plebiscito sobre novas eleições como vinha sendo proposto por Dilma. Na ocasião, apenas dois integrantes da executiva, representantes da corrente Mensagem, foram favoráveis.

O presidente do PT, Rui Falcão, vinha afirmando não haver possibilidade de defender o tema porque, se forem seguidos todos os trâmites, a nova eleição só será realizada em 2018. A mudança foi justificada com o argumento de que assumir a defesa de novas eleições significaria o enfraquecimento da luta contra o impeachment. Agora com o processo de afastamento sacramentado, esse raciocínio não teria mais sentido.

“Nosso objetivo central é colocar fim ao governo do usurpador Michel Temer e conquistar o direito do povo eleger, direta e imediatamente, um novo presidente da República”, afirma resolução da Executiva da legenda aprovada nesta sexta-feira.

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Partido não definiu estratégia nem prazo sobre novas eleições, diz Rui Falcão

Após o PT anunciar que defenderá a realização imediata de novas eleições, o presidente nacional da sigla, Rui Falcão, afirmou que ainda não há uma estratégia nem um prazo estabelecido para chegar a esse objetivo. Disse apenas que deverá haver um debate com os aliados sobre as possibilidades e que a emenda popular é uma alternativa.

“Queremos conversar com outros partidos, com outras forças, as maneiras, as iniciativas práticas, pretendemos debatê-las. Vamos detalhar isso futuramente, pode ser uma emenda popular, e também existem outros instrumentos”, disse Falcão, em coletiva de imprensa. “Não queremos ser a vanguarda solitária de nós mesmos”, disse o petista, justificando a intenção de conversar com aliados para definir a estratégia.

O presidente do PT, que admitiu não haver prazo para a realização de novas eleições, disse que, se a ideia é antecipar, que o pleito ocorra “antes”.

Falcão reconheceu, no entanto, que é preciso ter força social para viabilizar a proposta antes de 2018. “Mas mesmo não tendo tempo para antecipar eleições, podemos ter força para inviabilizar medidas contra a população”, afirmou Falcão, em referência a propostas de ajuste fiscal que afetam leis trabalhistas e da Previdência, além de privatizações.

O presidente do PT declarou ainda que, se o caminho para novas eleições for o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por meio da impugnação do presidente Michel Temer, a impugnação terá de ocorrer este ano, uma vez que, se ocorrer no ano que vem, a eleição antecipada será indireta. “E não é isso que nós queremos”, afirmou.