A secretária petista Lygia Pupatto e Requião não se desgrudaram em evento em Maringá, apesar do “rompimento” do PT com o governador| Foto: Carlos Mariucci

Dois dias após o PT anunciar o rom­­­pimento com o governo do Paraná e determinar que os filiados do partido deixassem os cargos, o clima entre petistas e o governador Roberto Requião (PMDB) ontem em nada indicava uma ruptura. Pelo contrário, parecia uma confraternização.

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Durante entrega de obras na Universidade Estadual de Maringá (UEM), o governador passou o tempo todo acompanhado da secretária estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, a petista Lygia Pupatto, que ainda não deixou o governo. Requião ainda chegou a brincar com o deputado e presidente estadual do PT, Ênio Verri, presente no evento. Verri foi quem havia anunciado a ruptura do partido com Requião, na quarta-feira.

O clima amistoso, contudo, não impediu o governador de acusar novamente o ministro do Plane­­­jamento, Paulo Bernardo (PT), na frente do presidente estadual do PT e da secretária petista. "Eu fiz uma denúncia de uma maracutaia que me foi apresentada pelo mi­­nistro Paulo Bernardo. Uma coisa absolutamente imoral, que brasileiro nenhum pode aceitar", afirmou. Requião acusa Bernardo de ter proposto o superfaturamento de R$ 350 milhões na obra ferroviária entre Ipiranga e Guarapuava, no interior do Paraná – projeto que nunca saiu do papel.

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O ministro negou as denúncias e deve protocolar hoje uma representação contra o governador no Ministério Público Federal (leia mais na coluna de Celso Nasci­­­­men­­­­­­to, na página 14). O PT acabou abandonando o governo Requião após sete anos de aliança como um gesto de desagravo a Bernardo. Ape­­­­sar disso, ontem Verri e Lygia pareceram não se incomodar com as alfinetadas do governador no ministro.

Requião, por sua vez, deixou cla­­­ro que a saída do partido do governo não significou um abalo nas relações. "Não acho que (o desligamento do PT governo) estremeça (a relação). Eu não tenho nada contra o PT. O PT foi meu aliado no governo e trabalhou muito bem. Agora, maracutaia no Paraná, não".

Para Verri, não existe motivo para que as denúncias de Requião causem um mal-estar pessoal. "Fui chefe de gabinete do Paulo Ber­­­nardo e, depois, secretário de Pla­­­­ne­­­jamento (do governo Re­­­­quião). Eu era o coordenador geral do go­­­­verno e via o Requião todo dia. Não tenho nenhum problema pessoal com ele."

Lygia Pupatto, questionada so­­­bre as razões de ainda não ter deixado o governo, disse que ainda tem compromissos para cumprir an­­­tes de sair. "Eu ia sair dia 31 de março, pois sou candidata a deputada estadual. Um dia a mais ou um dia a menos não faz diferença."