Dois dias após o PT anunciar o rompimento com o governo do Paraná e determinar que os filiados do partido deixassem os cargos, o clima entre petistas e o governador Roberto Requião (PMDB) ontem em nada indicava uma ruptura. Pelo contrário, parecia uma confraternização.
Durante entrega de obras na Universidade Estadual de Maringá (UEM), o governador passou o tempo todo acompanhado da secretária estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, a petista Lygia Pupatto, que ainda não deixou o governo. Requião ainda chegou a brincar com o deputado e presidente estadual do PT, Ênio Verri, presente no evento. Verri foi quem havia anunciado a ruptura do partido com Requião, na quarta-feira.
O clima amistoso, contudo, não impediu o governador de acusar novamente o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo (PT), na frente do presidente estadual do PT e da secretária petista. "Eu fiz uma denúncia de uma maracutaia que me foi apresentada pelo ministro Paulo Bernardo. Uma coisa absolutamente imoral, que brasileiro nenhum pode aceitar", afirmou. Requião acusa Bernardo de ter proposto o superfaturamento de R$ 350 milhões na obra ferroviária entre Ipiranga e Guarapuava, no interior do Paraná projeto que nunca saiu do papel.
O ministro negou as denúncias e deve protocolar hoje uma representação contra o governador no Ministério Público Federal (leia mais na coluna de Celso Nascimento, na página 14). O PT acabou abandonando o governo Requião após sete anos de aliança como um gesto de desagravo a Bernardo. Apesar disso, ontem Verri e Lygia pareceram não se incomodar com as alfinetadas do governador no ministro.
Requião, por sua vez, deixou claro que a saída do partido do governo não significou um abalo nas relações. "Não acho que (o desligamento do PT governo) estremeça (a relação). Eu não tenho nada contra o PT. O PT foi meu aliado no governo e trabalhou muito bem. Agora, maracutaia no Paraná, não".
Para Verri, não existe motivo para que as denúncias de Requião causem um mal-estar pessoal. "Fui chefe de gabinete do Paulo Bernardo e, depois, secretário de Planejamento (do governo Requião). Eu era o coordenador geral do governo e via o Requião todo dia. Não tenho nenhum problema pessoal com ele."
Lygia Pupatto, questionada sobre as razões de ainda não ter deixado o governo, disse que ainda tem compromissos para cumprir antes de sair. "Eu ia sair dia 31 de março, pois sou candidata a deputada estadual. Um dia a mais ou um dia a menos não faz diferença."
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