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O ex-presidente Lula substituiu Dilma em encontro com movimentos sociais, em Brasília, enquanto a presidente corria atrás de votos. | BETO BARATA/AFP
O ex-presidente Lula substituiu Dilma em encontro com movimentos sociais, em Brasília, enquanto a presidente corria atrás de votos.| Foto: BETO BARATA/AFP

A presidente Dilma Rousseff, com apoio de ministros e governadores de pelo menos cinco Estados (Acre, Piauí, Ceará, Paraíba e Amazonas), concentrou nos deputados das regiões Norte e Nordeste suas investidas neste sábado, 16. Ao final do dia, Dilma e sua equipe asseguravam que haviam conseguido garantir 179 votos, sete a mais que os 172 mínimos necessários, para barrar a instalação do processo de impeachment contra ela. Segurança total, porém, o Planalto tem de 140.

Veja no placar do impeachment a intenção de voto dos deputados

Convencida de que precisava concentrar todas as forças na busca de votos dos indecisos ou convencer parlamentares a se ausentarem do plenário da Câmara, neste domingo, 17, na hora da votação, Dilma cancelou a visita ao acampamento de representantes dos movimentos sociais, no Ginásio Nilson Nélson, em Brasília, onde agradeceria o apoio e pediria mobilização contra seu afastamento.

“Era preciso gastar energia com quem vai decidir”, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo o ministro-chefe de gabinete de Dilma, Jaques Wagner, assegurando que “o clima está bem melhor”.

Vídeo: assista à sessão do impeachment na Câmara

Um quartel-general contra o impeachment acabou sendo montado no Palácio da Alvorada, com várias frentes de atuação, na divisão de tarefas entre a presidente, ministros e vários assessores, cada um atuando em diferentes frentes. Jaques Wagner primeiro se reuniu com deputados no Palácio do Planalto e depois participou de almoço com parlamentares, enquanto a presidente Dilma passava a manhã no Palácio da Alvorada recebendo ministros, ex-ministros, deputados, líderes partidários e governadores.

O foco foram os candidatos a prefeito e integrantes de partidos “nanicos”. Os aliados buscaram voto a voto e investiram também nos deputados que são candidatos a prefeitos. Como muitos não querem se expor junto ao seu eleitorado, o Planalto está tentando convencê-los a se ausentem no dia da votação.

À tarde, Dilma se ausentou do Alvorada para ir ao Planalto durante pouco menos de uma hora, para uma reunião não revelada pela sua assessoria. Dilma também conversou com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, depois de representá-la no acampamento, repassou a tabela de votos com ela. Pelo placar do governo, o Planalto teria pelo menos 179, sete a mais que o mínimo necessário. Mas, com segurança integral, o Planalto conta mesmo é com 140 votos, segundo apurou a reportagem.

Integrando o batalhão de choque de Dilma neste sábado estavam o ministro Ricardo Berzoini, da Secretaria de Governo, os governadores petistas Welington Dias (Piauí), Camilo Santana (Ceará), Tião Viana (Acre) e José Melo (Maranhão), além do ex-governador Cid Gomes (CE). “Obrigada pela força”, “não podemos descansar” e “estejam certos que vamos vencer”, tem reiterado a presidente em conversa com parlamentares.

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