Praça de pedágio em Carambeí (Norte do estado): contratos de concessionárias serão investigados pela CPI| Foto: Josué Teixeira/ Gazeta do Povo

De nada adiantou a pressão popular sobre os deputados a respeito da composição da comissão parlamentar de inquérito (CPI) para apurar as concessões do pedágio no Paraná, que foi instalada na última terça-feira. Dos nove membros titulares do grupo, foram mantidos os seis – todos governistas – que nem sequer assinaram o pedido para instalar a comissão. Além disso, a relatoria, cargo mais importante da CPI, permaneceu com um desses seis, o deputado Douglas Fabrício (PPS).

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Ontem, os nove parlamentares se reuniram a portas fechadas na sala da Presidência da Casa por quase meia hora. Em seguida, com a presença dos jornalistas, elegeram quem ocuparia os postos-chave da investigação. Com candidaturas únicas e por unanimidade, Nelson Luersen (PDT) – proponente da CPI – foi escolhido presidente; Adelino Ribeiro (PSL) ficou com a vice; e Wilson Quinteiro (PSB) foi eleito relator-adjunto.

A polêmica ficou em torno do cargo de relator. Péricles de Mello (PT) recebeu os votos dele próprio e de Luersen e Adelino – somente os três dentro da CPI assinaram o documento pela instalação da comissão. Já Douglas Fabrício ficou com os votos de si mesmo e de Quinteiro, Artagão Jr. (PMDB), Alceu Maron (PSDB), Bernardo Carli (PSDB) e Nereu Moura (PMDB).

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Após a eleição, o relator afirmou que nunca foi contra a CPI e que não assinou o requerimento apenas porque já havia rubricas suficientes para instalação da comissão. Dizendo-se um parlamentar independente, ele garantiu que a investigação atenderá aos anseios da sociedade. "Defendo um preço justo [das tarifas], transparência nos contratos, que as concessionárias cumpram as obrigações de obras e divulguem quanto arrecadam", declarou.

Irritado por não ter sido indicado em uma das duas vagas do PMDB e colocando-se como fiscal da investigação do pedágio, Anibelli Neto prometeu apresentar um projeto para que deputados que assinem requerimentos para instalação de CPIs tenham preferência na composição do grupo. Já Adelino Ribeiro disse que vai se retirar da comissão se perceber qualquer irregularidade nos trabalhos. Nos bastidores, já se fala em CPI "laranja" ou "chapa-branca".

A primeira reunião do grupo está marcada para a próxima segunda-feira, às 10 horas.