Depois de ter enfrentado graves problemas em sua campanha eleitoral por causa da discussão sobre o aborto e até ter sido alvo de carta da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na qual a entidade pediu que os fiéis não votassem nela, a presidente Dilma Rousseff se reencontrou hoje com integrantes da cúpula da Igreja Católica e o tema polêmico acabou sendo deixado de lado na conversa.
De acordo com o secretário-geral da CNBB, dom Dimas Lara, a questão aborto não fez parte do encontro. "O momento não era adequado para discutir esse assunto", declarou dom Dimas, após a reunião, evitando reabrir a polêmica. "A questão do aborto ficou resolvida na própria campanha", emendou ele, esquivando-se de tratar do assunto e lembrando que esta foi a primeira reunião de representantes da Igreja com Dilma, depois que ela assumiu a Presidência.
O presidente da CNBB, dom Geraldo Lyrio Rocha, que também negou que o tema polêmico tenha sido tratado no encontro com Dilma, tentou amenizar, explicando que a nota contra o aborto foi endereçada a todos os presidenciáveis, e não só à candidata petista.
Dom Lyrio Rocha contou que a CNBB entregou à presidente Dilma documento defendendo a reforma política, sem citar, no entanto, pontos específicos. Acrescentou que a reforma do Estado precisa ser executada com ampla participação popular e não pode ser feita nos gabinetes. Por fim, disse que as mudanças que estão sendo propostas para o Código Florestal soam como "retrocesso".
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