| Foto: Divulgação

O deputado estadual José Riva (PSD), que passou três dias preso sob acusação de crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro, confirmou nesta segunda-feira (26) em Cuiabá (MT) que vai abandonar a política ao final de seu mandato.

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"Eu sempre disse que não seria mais candidato. Meu projeto de vida é diferente. Fora da política, vou ganhar menos, trabalhar menos e ser menos perseguido. Não preciso da Assembleia para viver. Aliás, eu pago para ser deputado", disse Riva, em entrevista coletiva.

Riva responde a mais de 100 processos de improbidade administrativa por suspeita de desvio de recursos do Legislativo mato-grossense. Ele, inclusive, já tem condenação por colegiado, o que o tornaria inelegível de acordo com a Lei Ficha Limpa. Antes de começar a responder as perguntas dos jornalistas, Riva fez um discurso de quinze minutos. Ao final, foi aplaudido por assessores e servidores da Assembleia.

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O parlamentar é acusado de lavar dinheiro nas empresas de Gércio Marcelino Mendonça Júnior, que assinou um acordo com a PF e Ministério Público para ser réu colaborador na operação Ararath.

Riva foi preso na terça-feira da semana passada por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli. O próprio ministro revogou a prisão na sexta-feira, argumentando ter sido induzido pelo Ministério Público a acreditar que Riva estivesse afastado da Assembleia. Na verdade, Riva está afastado das funções de presidente do Legislativo, mas continua deputado. Por causa da imunidade parlamentar, para prendê-lo seria necessária uma autorização da Assembleia, o que não houve.

"Tenho convicção de que minha prisão foi arbitrária. Infelizmente, as informações prestadas pelo Ministério Público, mais especificamente da doutora Vanessa (Scarmagnani, procuradora), fizeram com que o ministro fosse induzido ao erro de que eu não tinha mais mandato", disse Riva.

O deputado disse acreditar que o senador Pedro Taques (PDT), ex-membro do Ministério Público Federal e seu desafeto, estaria por trás de sua prisão. Taques lidera as pesquisas de intenção de voto para o governo do Estado. "Estão querendo ganhar a eleição por W.O. Foi só o juiz Julier Sebastião da Silva anunciar que era candidato, logo ele foi alvo da operação Ararath. O senador Blairo Maggi também era candidato e foi alvo da operação", afirmou o deputado.

Por meio da assessoria, o senador Pedro Taques informou que, antes de se pronunciar, iria ouvir a gravação da entrevista.

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