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A presidente destacou que ouviu com muita atenção as demandas apresentadas nos protestos e está disposta a dialogar com todos os setores da sociedade | /
A presidente destacou que ouviu com muita atenção as demandas apresentadas nos protestos e está disposta a dialogar com todos os setores da sociedade| Foto: /

Pela primeira vez após as manifestações realizadas em todo o país a favor e contra o governo, a presidente Dilma Rousseff fez pessoalmente a defesa de seu governo e seguindo o discurso já apresentado pelos seus ministros afirmou nesta segunda-feira (16) que está disposta a levar um “diálogo humilde” com todos os setores da sociedade.

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Dilma disse ainda que o Brasil é um país democrático que se torna cada vez mais “impermeável ao preconceito, à intolerância, à violência, ao golpismo e ao retrocesso”.

“A corrupção é uma senhora idosa”, diz Dilma após os protestos

A presidente Dilma Rousseff deu suas primeiras declarações públicas após as manifestações de domingo e afirmou que, no Brasil, “a corrupção é uma senhora idosa”.

“A corrupção é uma senhora idosa e não poupa ninguém. Pode estar em todo lugar, inclusive no setor privado”, disse a petista em entrevista coletiva após solenidade no Palácio do Planalto.

Dilma prontificou-se a dialogar com todos os setores da sociedade, mas esclareceu que não pode obrigar ninguém a conversar com o governo.

A pauta da corrupção foi central nos protestos de domingo, o que fez o governo procurar respostas para dissipar o mau humor em alguns estratos. Mas, na agenda interna, a presidente renovou apenas uma promessa de campanha: lançar, possivelmente esta semana, um pacote anticorrupção com foco na redução da impunidade.

“Um país que, diante de convites a aventuras e a rupturas da normalidade política, escolhe o caminho da democracia, do respeito de todos os princípios constitucionais; um país que, amparado na independência e separação dos poderes, na democracia representativa, na livre manifestação popular nas ruas e nas urnas, se torna cada vez mais impermeável ao preconceito, à intolerância, à violência, ao golpismo e ao retrocesso”, afirmou Dilma em discurso durante cerimônia no Palácio do Planalto.

A presidente destacou que ouviu com muita atenção as demandas apresentadas nos protestos e está disposta a dialogar com todos os setores da sociedade. “Vamos dialogar com todos, com humildade mas com firmeza. [...] Ouvir é a palavra, dialogar é a ação e o sentimento tem de ser de humildade e firmeza”, disse.

Dilma comemorou ainda que as manifestações em todo o país foram pacíficas e sem casos de violência. “No dia em que celebrávamos 30 anos do retorno à democratização, tivemos nesse dia e na sexta-feira uma inequívoca demonstração de que o país de agora é um país democrático que convive para pacificamente com manifestações, ao contrário de muitos países no resto do mundo”, disse.

Ainda durante o discurso, Dilma confirmou que apresentará nesta semana um pacote de medidas de combate à corrupção e à impunidade, no entanto, ela não detalhou quais serão as medidas apresentadas. Em entrevista após a cerimônia, Dilma afirmou apenas que as propostas são as mesmas que ela já apresentou durante a campanha eleitoral à sua reeleição, em outubro.

“Nós temos todos aqui absoluta concordância com essa demanda popular de combate à corrupção. [...] Sei que o protagonista dessa reforma é toda a população brasileira mas também sei que o espaço adequado para ela é o Congresso Nacional. Por isso acredito que um amplo debate entre todos os órgãos é crucial”, disse.

Dilma: Denúncia contra Vaccari mostra que teorias de interferência no MP

Depois de o Ministério Público Federal (MPF) denunciar à Justiça o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, por crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, a presidente Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira, 16, que essa denúncia mostra como é “absolutamente infundada” a especulação de possíveis interferências do Palácio do Planalto na atuação do Ministério Público.

Vaccari consta da lista de 21 alvos da nova denúncia da Procuradoria-Geral da República no âmbito da Lava Jato. É a primeira acusação formal contra Vaccari e também a primeira contra o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, preso nesta segunda-feira, no Rio, na décima fase da operação, batizada de “Que País é esse?”.

“Esses acontecimentos mostram que todas as teorias a respeito de como é que o governo interferiu sobre o Ministério Público, ou sobre quem quer que seja, pra investigar ou fazer qualquer coisa com quem quer que seja, é absolutamente infundada”, disse Dilma em entrevista concedida a jornalistas, depois de participar da solenidade de sanção do novo Código de Processo Civil.

“Se querem investigar, vão investigar. Quem for responsável, pagará pelo que fez. Só isso. Todo mundo tem o amplo direito de defesa, o que vale pra todo mundo vale pra todo mundo”, prosseguiu a presidente.

Questionada pelo se os novos acontecimentos poderiam atrapalhar ainda mais a vida do governo e aumentar a insatisfação popular, Dilma respondeu: “Eu não acredito, não”.

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