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O deputado Vicentinho foi  alvo de gás de pimenta. | Zeca Ribeiro/Câmara
O deputado Vicentinho foi alvo de gás de pimenta.| Foto: Zeca Ribeiro/Câmara

Em meio a protestos com feridos, pressões do empresariado, de representantes dos trabalhadores e do governo federal, a votação do projeto de lei que amplia a terceirização em empresas e órgãos públicos ficou para esta quarta-feira (8) na Câmara Federal. Nesta terça (7), os deputados aprovaram regime de urgência para a tramitação da proposta.

Ato em Curitiba foi simbólico; foco acabou sendo ida a Brasília

Um grupo de manifestantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) realizou nesta terça-feira (7) um ato de protesto no Centro de Curitiba contra o projeto de lei da terceirização. De acordo com os organizadores, o ato reuniu 50 pessoas na Boca Maldita, no Centro. Segundo a Polícia Militar, foram 30 pessoas.

De acordo com o secretário de comunicação da CUT no Paraná, Daniel Mittelbach, o ato em Curitiba foi apenas simbólico, já que o objetivo era levar o maior número de manifestantes a Brasília, para acompanhar a votação do projeto na Câmara Federal. Segundo a CUT, dez ônibus saíram do Paraná com destino ao Distrito Federal com essa finalidade.

O ato em Curitiba durou cerca de duas horas e contou com uma aula pública ministrada pelo cientista social Cezar Schütz sobre o projeto.

“Estamos defendendo o direito dos trabalhadores”, disse a manifestante Eliana dos Santos. “O patronato quer explorar ainda mais o trabalhador, pagando um salário miserável”, completou. A manifestação foi pacífica e terminou por volta das 19 horas.

Atos contra a proposta foram organizados por entidades sindicais em 15 capitais, incluindo Curitiba (leia mais abaixo). Em Brasília, ao menos oito pessoas, incluindo dois deputados, ficaram feridas após conflito no Congresso entre policiais e manifestantes. Segundo a CUT, que organizou o evento, ele reuniu 4.000 pessoas. Para a PM, foram 2.000.

Mudanças

O polêmico projeto sofreu novas alterações nesta terça-feira (7). Feitas a pedido do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que temia perda de arrecadação de até R$ 20 bilhões por ano, elas reduzem a autonomia das empresas terceirizadas e tentam evitar burla às novas regras.

O relator, deputado Arthur Maia (SDD-BA), afirmou ter incorporado ao texto a exigência de que as empresas que contratam mão de obra de terceiros mantenham a responsabilidade de pagar os encargos trabalhistas e previdenciários –FGTS e INSS. Ou seja, em vez de repassar todo o valor acertado para a empresa que contratou, a chamada “empresa-mãe” irá reter a quantia para fazer o pagamento, de forma direta, dessas exigências. O temor do governo era que houvesse aumento de calote de impostos.

Regras

O projeto proíbe a terceirização de trabalhadores domésticos. Essa será a única atividade que não será alcançada totalmente pela nova legislação, se ela for aprovada.

Pelo projeto, empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, produtor rural pessoa física e profissionais liberais podem terceirizar suas atividades a outras empresas. A prestadora de serviço deve ter objeto social único ou mais de um objeto na mesma área de especialização, possuir qualificação técnica e ter capacidade econômica compatível com a execução do serviço.

O relator do projeto também disse que vai incorporar artigos para inibir a chamada “pejotização” –quando empresas instam funcionários a trocar o regime da CLT pela prestação de serviços como pessoa jurídica. A manobra resulta em menos encargos trabalhistas e impostos.

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