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Após quase renunciar na última quinta-feira (18), o governador interino do Distrito Federal, Paulo Octávio (DEM), reuniu o secretariado nesta sexta-feira (19) para tentar articular a continuidade do governo. Segundo o secretário de comunicação do Distrito Federal, André Duda, os trabalhos "não estão parados" e a agenda de inaugurações deve ser retomada na próxima semana.

"O governo não está parado. Está funcionando normalmente", disse Duda. Segundo o secretário, devem ser inaugurados na próxima semana escolas e campos de futebol de grama sintética.

Perguntado sobre até quando Octávio fica no governo – já que o próprio governador interino afirmou que tem uma carta de renúncia pronta –, Duda respondeu que até "31 de dezembro", mas disse também que o governador interino sai se for um "complicador."

"Na reunião não foi discutida a questão da renúncia. O governador já falou que quer ser um facilitador. Se entender que não tem o poder de agregar e de ter governabilidade, ele sai."

Mesmo com Paulo Octávio tendo pedido que os secretários entregassem os cargos, Duda afirmou que não haverá trocas na equipe de governo. No total, há 17 secretarias no DF e mais três órgãos (Casa Civil, Casa Militar e Assessoria de Imprensa) têm ocupantes com status de secretário.

Deputados

Octávio convidou os 24 deputados distritais para uma reunião neste sábado (20), com o objetivo de discutir a governabilidade. Em reunião nesta tarde, os quatro deputados do PT e o deputado do PDT divulgaram nota em que afirmam que não irão ao encontro do governador interino.

Os partidos consideram que é importante para a Câmara, no momento, "concluir os processos de impeachment." Além da falta de apoio político, Paulo Octávio ainda enfrenta seis pedidos de impeachment na Câmara do Distrito Federal –o último deles protocolado nesta sexta pela União Nacional dos Estudantes (UNE). Três dos pedidos estão tramitando desde esta quinta-feira.

Paulo Octávio é citado no inquérito do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que investiga um suposto esquema de corrupção no governo do Distrito Federal, que ficou conhecido como mensalão do DEM de Brasília.

O escândalo veio à tona a partir das denúncias feitas pelo ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal Durval Barbosa, que gravou vídeos em que o governado afastado, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), secretários, deputados distritais e empresários aparecem recebendo maços de dinheiro, supostamente de propina.

Por conta do escândalo, o governador Arruda está preso há mais de uma semana na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, acusado de tentar subornar uma testemunha do caso. Nesta sexta, Arruda perdeu a sala de cerca de 40 metros quadrados que ocupava. Ele foi transferido para outra sala, menor e sem banheiro, segundo seu advogado.

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