O governador Beto Richa (PSDB) negou nesta quarta-feira (13) que o dinheiro supostamente desviado de obras em escolas estaduais tenha abastecido sua campanha à reeleição, em 2014. Segundo o tucano, acusações de desvio de recursos públicos para campanhas eleitorais viraram “moda”. “Agora parece que virou moda. Qualquer um que é pego praticando algum ato de corrupção, algum ato ilícito, [diz] ‘Ah, isso aqui é para campanha eleitoral’”, afirma Richa. Nessa quarta-feira (13), a Gazeta do Povo mostrou que três investigadas na Operação Quadro Negro citaram ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), como supostamente envolvido, o nome de Beto Richa.
O governador disse ainda estar indignado com as afirmações de corrupção e que as denúncias são levianas. “Até mesmo porque já é a minha décima campanha eleitoral e nunca aceitei qualquer tipo de doação que não tivesse uma origem lícita, muito menos desvio de recursos públicos. Não aceito essa afirmação”, disse.
Também foram citados pelas investigadas os nomes do secretário estadual de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho, o ‘Pepe’, irmão do governador; do presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), Ademar Traiano (PSDB); do primeiro-secretário da Assembleia, Plauto Miró (DEM); e do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado e ex-secretário-chefe da Casa Civil, Durval Amaral.
Richa lembrou que o governo do estado foi o responsável por iniciar as investigações de irregularidades na Secretaria de Educação. “E nós estamos cobrando, e vamos atrás para ressarcir os cofres públicos desses desvios. Quem age assim obviamente não tem nenhum envolvimento e eu não aceito essa denúncia”, afirmou o governador.
“Eu quero que prove [as denúncias], porque eu vou pedir a reparação de qualquer dano a minha imagem e reputação, porque com a minha honra ninguém mexe”, concluiu o governador.
A Operação Quadro Negro, do Gaeco, apura o desvio de quase R$ 20 milhões destinados a obras de escolas estaduais do Paraná.