Dizendo-se "massacrada" por integrantes da própria legenda, a senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) afirmou nesta quarta-feira, 4, que deixará o partido. O desabafo da tucana ocorre um dia depois de o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), reunir a bancada do partido no Senado e desautorizar Vânia a disputar uma vaga na Mesa Diretora da Casa. No lugar dela, foi indicado o senador Paulo Bauer (PSDB-SC).
A senadora contava com o apoio do presidente reeleito do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para a vaga da primeira-secretaria, órgão administrativo da Casa. Esse apoio levantou suspeita sobre o voto secreto dado por ela na disputa pela presidência do Senado, realizada no último domingo. Na ocasião, o PSDB fechou questão entorno da candidatura de Luiz Henrique (PMDB-SC), derrotado por Renan.
"Eu vou tomar ainda algumas providencias que precisam ser tomadas em relação a consulta no Supremo. O que posso dizer é que não tenho mais motivação para ficar no PSDB", afirmou Lúcia Vânia após desabafar em discurso realizado no plenário.
"Me massacraram quando o Renan impôs a minha candidatura como primeira-secretária. Ele jogou a isca e o Aécio mordeu o anzol. Na verdade Aécio Neves podia ter dito: agradeço a indicação, reconheço o valor da senadora, mais vamos discutir internamente na bancada e não levantar suspeita sobre o meu voto", acrescentou.
Segundo alguns senadores, o episódio de ontem chegou a levar a senadora às lágrimas. Com o tom de voz embargado, ela lembrou que ingressou no partido em 1995. "Eles não tinha o direito de fazer isso", afirmou. Caso consiga o aval jurídico para deixar a legenda, Lúcia Vânia pretende ficar sem partido.
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