Depois de ver suspensas as negociações de um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro preferiu ficar em silêncio em audiência ao juiz Sergio Moro, na tarde desta quarta-feira (24). Ele prestou depoimento, na condição de réu, no processo que investiga pagamentos de propina ao ex-senador Gim Argello (ex-PTB) para que representantes de empreiteiras não fossem chamados a depor na CPI da Petrobras.
“Ele permaneceu em silêncio no depoimento hoje por orientação da defesa”, explicou o advogado de Pinheiro, Edward Carvalho.
O Procurador Geral da República Rodrigo Janot suspendeu o acordo de delação premiada de Léo Pinheiro depois do vazamento de informações envolvendo o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O acordo de Pinheiro ainda estava em curso, com a assinatura do termo de confidencialidade. A negociação ainda não havia sido finalizada e, com a suspensão, os anexos apresentados estão sendo devolvidos para a defesa do executivo.
O episódio da suspensão do acordo de delação premiada, segundo Carvalho, não foi mencionado na audiência na Justiça Federal. O defensor não quis dizer se a orientação pelo silêncio ocorreu por conta da interrupção das negociações com a PGR.
Edwald explicou que não é excluída a hipótese de um novo interrogatório, já que não foi prestado nenhum esclarecimento por seu cliente na audiência desta tarde.
“Fomos contratados para fazer a defesa dele e vamos até o fim”, concluiu o advogado, questionado sobre a situação criada depois da suspensão da delação.
A audiência se referia a ação que envolve o ex-senador Gim Argello na Operação Lava Jato. Prestaram depoimentos ainda Ricardo Pessoa, e Walmir Pinheiro Santana, da UTC. Assim como Léo Pinheiro, Dilson de Cequeira Paiva Filho e Roberto Zardi Ferreira, executivos da OAS, também permaneceram em silêncio na audiência.
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