Vitória de Aílton Araújo é ponto positivo para Gustavo Fruet
Caixa Zero
A vitória de Aílton Araújo (PSC) na disputa pela presidência da Câmara de Curitiba é uma vitória do prefeito Gustavo Fruet (PDT). O que não deixa de ser curioso, já que o novo presidente do Legislativo municipal é do partido de Ratinho Jr.
No entanto, pelo andar da carruagem, havia duas opções na Câmara. Uma era a vitória do grupo mais próximo ao prefeito. E embora Fruet não tenha dado apoio formal a ninguém, sabia-se que o grupo que elegeu Aílton Araújo era o que está mais satisfeito com a condução dele na prefeitura. E mais satisfeito com o modelo de Paulo Salamuni (PV) nos últimos dois anos na Câmara.
O vereador Aílton Araújo (PSC) foi eleito na tarde desta terça-feira (16) presidente da Câmara de Curitiba pelos próximos dois anos. A escolha se deu depois que Araújo conseguiu montar um bloco de 18 vereadores que, sendo o maior da Câmara, possibilitou que o grupo tivesse o direito de indicar o presidente. A partir daí, Aílton precisou apenas vencer a votação contra Chicarelli, do PSDC, por 25 a 12. O grupo de Aílton Araújo também elegeu Pedro Paulo (PT) para a primeira secretaria e Paulo Rink (PPS) para a segunda secretaria. Felipe Braga Cortes (PSDB) e Cristiano Santos (PV) ficaram como vice-presidentes. A terceira secretaria ficou com Serginho do Posto (PSDB) e a quarta secretaria com Dona Lourdes (PSB).
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O grupo dissidente, cujo bloco oficialmente acabou sendo formado por 14 vereadores, não conseguiu eleger seus representantes para os principais cargos da mesa diretora da Câmara.
Tensão
A eleição desta terça-feira ocorreu depois de muita tensão e confronto entre os dois lados. Desde o princípio do processo, ficou claro que a Câmara estava rachada em dois grupos. Um, mais próximo ao prefeito Gustavo Fruet (PDT). Outro, de vereadores insatisfeitos com Fruet e com o atual presidente do Legislativo, Paulo Salamuni (PV).O grupo de "dissidentes", liderado por Valdemir Soares (PRB) e Zé Maria (SD), protocolou um bloco nesta segunda-feira (15), prazo máximo para inscrição de chapas, acreditando que teria número suficiente para indicar o presidente. Pelo protocolo, teria 16 integrantes. No entanto, uma das assinaturas, de Chicarelli, não foi considerada, já que a Câmara considera que o líder da bancada do PSDC continua sendo Cacá Pereira, que fechou com o grupo de Aílton Araújo. Pelo regimento, o líder define em que bloco a legenda está.
Nesta terça-feira, a primeira decisão de Paulo Salamuni, ao abrir a sessão para eleição de seu sucessor, foi determinar que o documento enviado pelo PSDC trocando o líder não era válido. Além disso, Salamuni negou requerimento dos dissidentes contestando o horário de protocolo da chapa de Aílton Araújo.
Com as duas decisões, o candidato do PSC tinha caminho livre para se eleger. No entanto, Chicarelli, que agora fazia parte do bloco majoritário, ainda tentou um bate-chapa de última hora, mas acabou perdendo.
Confusão
A eleição foi marcada por tumultos e protestos. Os vereadores do grupo dissidente chamaram Salamuni de ditador e, apoiados por funcionários da Câmara que estavam nas galerias, protestaram contra cada decisão do presidente.
No dia anterior, o clima já havia subido na Câmara. No gabinete da vereadora Noêmia Rocha (PMDB), que ainda não havia assinado com nenhum dos dois grupos, vários vereadores a pressionavam. Valdemir Soares, então, arrancou o requerimento de formação do bloco de Aílton Araújo das mãos do vereador Pedro Paulo (PT) e o rasgou.
As imagens do circuito interno da Câmara também mostram um possível empurrão de Salamuni em Valdemir Soares.
No momento do protocolo, perto das 18 horas, quando se encerrava o prazo, os vereadores do grupo dissidente também teriam desligado o computador do setor da tomada. Ele foi religado, mas o registro da chapa ficou constando como tendo ocorrido às 18h10.
O grupo contestou o fato, dizendo que a chapa não era válida, mas não obteve sucesso.
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