Em vídeo divulgado em sua página na internet, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) afirmou que é contra a superaposentadoria de R$ 24,1 mil mensais, que recebe por ser ex-governador. Ele justificou o recebimento do benefício como uma ação em legítima defesa do patrimônio da sua família.
No mês passado, Requião entrou na Justiça para manter a pensão depois que o governador Beto Richa (PSDB) cancelou a aposentadoria dele e de outros três ex-governadores Orlando Pessuti (PMDB), Jaime Lerner e Mário Pereira. No dia 18, o Tribunal de Justiça revogou a liminar que garantia o benefício ao senador.
"Eu poderia ter recebido a pensão desde 2004. Poderia estar recebendo há 16 anos. Não aceitei, não recebi, eu tinha salário. Agora, quando saí do governo [em abril de 2010], eu tive dificuldade de pagar a conta de luz e de água."
Segundo o senador, a pensão está sendo necessária para que consiga responder a uma série de processos na Justiça. "Estão me condenando sistematicamente em quantias pesadas. Se isso continuar assim, eu acabo, para defender o Paraná e o Brasil, tendo de vender minha casa, o carro, o papagaio e o cachorro."
Requião afirma que as ações acontecem por ele ter a coragem de fazer denúncias importantes de desvio de recursos públicos, que prejudicam o patrimônio público.
"Estou usando essa tal pensão de ex-governadores para pagar essas multas. É uma espécie de legítima defesa do patrimônio da minha família."
No dia 25 de abril, o senador arrancou o gravador de um repórter da Rádio Bandeirantes depois de ficar irritado com uma pergunta sobre a superaposentadoria.
A Constituição do Paraná concede pensão vitalícia aos ex-governadores. Atualmente, nove recebem a aposentadoria de R$ 24,1 mil mensais. Em março, o governador Beto Richa anulou as aposentadorias de quatro deles.
Na avaliação do governo estadual, o benefício contradiz a Constituição Federal de 1988, que não prevê pensão semelhante aos ex-presidentes da República.
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