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Apesar de a avaliação da gestão do governador Beto Richa (PSDB) apontar para 73% de aprovação na média do estado, uma pesquisa do Ibope divulgada nesta quarta-feira (26) aponta para um desequilíbrio na imagem do político entre os eleitores da capital e das cidades do interior. Enquanto Richa conseguiu índices de até 91% de avaliações positivas na região Noroeste, em Curitiba 57% dos entrevistados aprovaram o seu mandato – diferença de 34 pontos porcentuais entre os locais com melhor e pior resultado.

O cientista político Fabrício Tomio avalia que dois aspectos ficam mais evidentes na análise dos números. O primeiro é o fato de Luciano Ducci (PSB) – candidato apoiado por Richa nas eleições de 2012 – ter perdido as eleições. "De alguma forma a eleição aqui levou em consideração levou a gestão do próprio governador Beto Richa como prefeito. Os competidores expuseram isso na campanha e boa parte dos eleitores de Curitiba ainda o veem [Richa] como prefeito. Os insucessos da gestão anterior são visto como ações dele", opina.

Em um segundo plano, Tomio cita que a população do interior tem a sensação de depender menos diretamente da administração estadual. "A capital pode ter demandas mais complexas diretamente ao governo do estado, como obras, tarifa do ônibus, segurança, etc. No interior, a segurança pública, por exemplo, impacta bem menos do que na capital e a maioria dos serviços essenciais são municipalizados. A rejeição que ocorre nesses locais é, sobretudo, a ideológica", analisa.

Eleições de 2014

O diretor do Instituto Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, coloca como principal peso na avaliação de Richa em Curitiba o reflexo do período eleitoral. "Isso mostra a importância de Gustavo Fruet (PDT) na eleição para governador. Se Fruet for bem, Richa pode ter dificuldade na reeleição, no caso de os dois estarem em lados opostos na disputa ao Palácio", aponta.

Áreas críticas

A pesquisa do Ibope apontou ainda quais as áreas do serviço público são as mais problemáticas segundo os paranaenses. A saúde foi o item pior avaliado, e foi eleito como área problemática por 33% dos entrevistados. A segurança vem logo em seguida, com 21% das respostas para a pergunta, seguida pela educação, que somou 10% das citações negativas.

Metodologia

O levantamento foi encomendado pela Associação dos Diários do Interior do Paraná (ADI) ao Ibope. Os questionários foram aplicados a 2.002 pessoas entre os dias 16 e 22 de fevereiro deste ano e apontam um resultado com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.Foram levados em consideração recortes de sexo, idade, grau de instrução e renda familiar.

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