O aumento da temperatura da água do mar é apontado como um dos causadores do branqueamento e surgimento de doenças em espécies de corais na costa brasileira. Segundo o pesquisador do Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia (Ufba) Ruy Kikuchi, integrante de grupo de pesquisa Recifes Globais e Mudanças Globais, as primeiras colônias de corais branqueadas perda da coloração por morte ou perda das algas relacionadas aquecimento dos oceanos foram registradas na década de 90.
Desde então, os cientistas perceberam que os recifes de corais mais próximos da costa menos de 5 quilômetros são os que sofrem branqueamento mais intenso. "Eles ficam mais expostos ao que acontece na zona costeira", afirmou na segunda-feira(26) o pesquisador, durante palestra na reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
O branqueamento não é provocado apenas pela alteração térmica e nem significa a extinção do coral em todos os casos depende do tempo da descoloração , mas deixa os corais enfraquecidos. Ruy Kikuchi relatou que algumas espécies, por exemplo, retomaram a cor depois da normalização da temperatura da água.
No entanto, o surgimento de uma necrose em corais em Abrolhos, em 2005, provocado por um tipo de bactéria colocou os cientistas em alerta sobre o efeitos do aquecimento global nos recifes. Antes desse período, não havia registro de alteração nos corais da Bahia. "Estamos analisando se a bactéria [também] se prolifera com o aumento da temperatura", disse.
O coral é um cnidário e forma colônias coloridas graças às algas pigmentadas.
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