A saúde da população brasileira pode sofrer impactos com as mudanças climáticas globais, tais como o aumento na incidência de malária e dengue. A conclusão está no estudo "Mudanças do Clima", publicado pelo Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAE), da Presidência da República.
O autor do capítulo sobre saúde é o pesquisador Ulisses Confaloniere, especialista em epidemologia das doenças transmissíveis. O estudo considera ainda que pode haver maior suscetibilidade da população a doenças em geral em virtude da possível redução de alimentos provocada pelo clima alterado.
As regiões mais vulneráveis a efeitos na saúde decorrente de tempestades e inundações, de acordo com o estudo, são as regiões metropolitanas do litoral. Historicamente, esses locais têm apresentado a maior carga de mortalidade em função de suas características sociais, demográficas e geográficas.
A publicação alerta que não só a água em excesso, mas também "a seca prolongada tem o poder de afetar a saúde humana devido aos efeitos da exposição constante à fumaça de queimadas, especialmente na região amazônica". O estudo ainda aponta que se verificou na América Latina a incidência maior de doenças infecciosas, como dengue, cólera, malária e diarréia, em função de fenômenos climáticos.
Como recomendações para reduzir o impacto das mudanças climáticas globais para a saúde da população urbana estão o aperfeiçoamento do controle das doenças infecciosas de ampla dispersão no país e que sejam sensíveis ao clima, além do apoio à investigação científica para a construção de cenários brasileiros de impactos para as próximas décadas. Outro ponto é a ampla divulgação do tema mudança climática junto à população.
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