A área de Exploração e Produção da Petrobras, que já consome a maior parte dos investimentos da estatal, vai crescer ainda mais no novo Plano de Negócios, afirmou nesta terça-feira (22) o diretor financeiro da petroleira, Almir Barbassa. De acordo com o executivo, a área de E&P, responsável por descobrir petróleo, desenvolver campos e produzir óleo, terá participação maior no plano de negócios da companhia, revisado anualmente com previsões de investimentos nos cinco anos seguintes.
No plano 2010-2014 da estatal, que previa US$ 224 bilhões em investimentos, o percentual destinado à área de Exploração e Produção foi de 53%. No plano vigente (2011-2015), cujos valores não mudaram significativamente em relação ao anterior, esse percentual subiu para 57%.
O executivo não soube informar para quanto poderia ir o percentual no novo plano, que ainda está sendo elaborado e deve ser divulgado até agosto, englobando o período 2012-2016.
"Oportunidade para crescer na produção nós temos. O desafio é construir capacidade produtiva e colocá-la em funcionamento. Se demandar mais recursos, (a área de E&P), terá mais recursos", disse Barbassa, durante participação no Rio Investors Day, evento promovido pela cidade com participação da maiores empresas do país, representantes de governo, entre outras autoridades.
O objetivo é aumentar os esforços para elevar a produção da companhia, que nos últimos anos cresceu abaixo das metas estipuladas pela própria Petrobras, de 2,1 milhões de barris diários no Brasil.
Segundo Barbassa, os investimentos serão feitos tanto nas áreas do pré-sal, cujas reservas se localizam principalmente na bacia de Santos, como no pós-sal, principalmente na bacia de Campos, responsável por 80% da produção atual da Petrobras, de 2 milhões de barris diários de petróleo.
A área de produção de petróleo do pré-sal da Petrobras vai começar a realizar fluxo de caixa de peso em três ou quatro anos, destacou Barbassa. Hoje apenas o campo de Lula, no pré-sal, está em fase de produção, com extração diária de 94 mil barris.
"Para quem olha a rentabilidade da Petrobras e reclama, é preciso ver o grande número de projetos que ela vem realizando e que trarão retorno dentro de alguns anos", completou.
As ações da Petrobras fecharam em queda de 3,38% nesta terça-feira, enquanto o Ibovespa encerrou com baixa de 2,73%. Já o petróleo Brent encerrou pregão em US$ 108,41 o barril, com queda de 0,37%.
Aquisições
Com o foco voltado para o aumento da produção, o carro-chefe da companhia, portanto, não está em aquisições, lembrou o executivo. "As aquisições em etanol e petroquímica feitas recentemente foram realizadas para agregar valor à cadeia produtiva, mas não são o foco".
O executivo disse ainda que alta do dólar vai impactar os resultados da Petrobras no segundo trimestre deste ano, já que 70% das dívidas da estatal estão na moeda norte-americana. As dívidas expostas à variação cambial chegam a R$ 76 bilhões de reais, disse ele nesta terça-feira.
Juros
A Petrobras vê como positiva a redução da taxa de juros no Brasil, mas destaca que sua principal fonte de recursos para financiamentos ainda é o mercado externo, disse Barbassa.
Segundo ele, a redução dos juros, no entanto, beneficia os fornecedores da Petrobras. "Com a taxa (de juros) mais baixa, a nossa cadeia de fornecedores fica mais competitiva em relação à competição externa."
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