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Os líderes da base se reuniram com Temer para assinarem um acordo “pelo reequilíbrio macroeconômico para a retomada do crescimento” | Fernando Bizerra Jr./EFE
Os líderes da base se reuniram com Temer para assinarem um acordo “pelo reequilíbrio macroeconômico para a retomada do crescimento”| Foto: Fernando Bizerra Jr./EFE

O vice-presidente Michel Temer, novo responsável pela articulação política do governo com o Congresso, afirmou nesta quarta-feira (8) que os problemas entre o PMDB e o governo tendem a acabar.

Ele comandou a primeira reunião de líderes da base aliada do governo no início da tarde, onde todos os partidos aliados assinaram um pacto de responsabilidade fiscal que veta a votação de propostas que aumentem despesas ou cortem receitas. “Não é PT e PMDB que estão na pauta. O que está em pauta é a base aliada. A base toda tem que estar reunificada em torno dos projetos do governo e auxiliando nos projetos do governo”, afirmou após a reunião.

Enfrentando resistências do PMDB e enfraquecido dentro do próprio partido, o PT, o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) não deve ser escanteado da articulação política, segundo Temer. Mesmo com a declaração, o vice-presidente alfinetou o colega. “O ministro vai participar [de reuniões de articulação política]. Mas é claro que cada um terá as suas tarefas. Eu não interferirei nas questões administrativas mas farei, portanto, a articulação de natureza política. Mas todos colaboram, inclusive, Mercadante”, disse.

Responsabilidade fiscal

Os líderes da base se reuniram com Temer para assinarem um acordo “pelo reequilíbrio macroeconômico para a retomada do crescimento”. O pacto foi pedido pela presidente Dilma Rousseff em reunião com os parlamentares nesta terça-feira (7).

Dilma fez um apelo para que eles assumissem a responsabilidade de que, enquanto durar o ajuste fiscal, a base aliada no Congresso evitará matérias que tenham impacto fiscal relevante.

Para o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), o pacto é uma importante sinalização para o mercado e para o país. “É uma sinalização política importante para o mercado, o país e o Congresso. Foi o momento alto, coroando construção na nova relação com Congresso, além da consolidação da base, com toda a pluralidade que ela desperta”, afirmou ao fim da reunião.

O petista elogiou também a escolha de Temer para a articulação política. “A presidente demonstrou muita altivez e compromisso ao indicar Temer como articulador político. Temer sempre foi grande colaborador e pela história dele no Congresso será grande articulador, ajuda muito nesse momento, só despertou simpatia e muito apoio.”

Mudança

Dilma anunciou a troca de Pepe Vargas por Temer nesta terça (7), depois de convidar o ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil), também do PMDB, para ocupar a Secretaria de Relações Institucionais.

Padilha recusou alegando motivos pessoais, mas nos bastidores enfrentou resistências por parte de Renan e do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Os dois preferiam não ter um peemedebista no comando da articulação política para seguirem atuando com liberdade e autonomia em relação ao governo Dilma. Renan mudou o tom, porém, por ter proximidade com Temer.

Cunha manteve as críticas à escolha do vice-presidente para a articulação política. A bancada do PMDB da Câmara trabalhava para indicar um deputado para a função, caso o cargo fosse ficar nas mãos do partido.

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