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No último dia de prazo, o deputado Luiz Argôlo (SDD-BA) apresentou na noite desta terça-feira (11) à Comissão de Constituição e Justiça da Câmara recurso contra seu pedido de cassação aprovado pelo Conselho de Ética da Casa. Ele é suspeito de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato que investiga uma esquema de desvio de recursos da Petrobras.

O teor do recurso não foi divulgado. A expectativa é de que o relator do caso seja definido nesta quarta-feira. Com o questionamento, o deputado impede que o processo por quebra de decoro parlamentar siga diretamente para apreciação pelo plenário da Câmara.

Com a aproximação do fim da legislatura, é possível que o deputado não perca seu mandato até dezembro. Argôlo não foi reeleito, mas ficou como suplente, podendo vir a assumir novamente o cargo na próxima legislatura.

O processo por quebra de decoro parlamentar foi aberto em 20 de maio devido a uma representação contra o deputado apresentada pelo PSOL. Ele é acusado de receber dinheiro e favores do doleiro Alberto Youssef e de ter usado dinheiro da Câmara para viajar e se reunir com o doleiro, preso na Operação Lava Jato.

Segundo a apuração da Polícia Federal, Argôlo trocou 1.411 mensagens por celular com Youssef em seis meses, entre setembro de 2013 e março deste ano. Ele também foi acusado pela contadora Meire Poza, que trabalhava com o doleiro, de ser sócio informal do doleiro e de ter recebido um helicóptero de presente de Youssef.O relator do processo de cassação, deputado Marcos Rogério (PDT-RO), argumentou que Argôlo ajudou Youssef a obter vantagens junto à administração pública e que pessoas próximas ao parlamentar receberam dinheiro do doleiro.

A defesa de Argôlo afirmou que não havia provas contra ele e disse ter comprovado que não existiu um depósito de R$ 120 mil que teria sido feito a um assessor do deputado. "Todos os fatos já foram trazidos a vossa excelência. Não ficou comprovado, ao fim e ao cabo da instrução, envolvimento do deputado Luiz Argôlo com a Petrobras", disse o advogado Aluísio Lundgren. A defesa diz que os depósitos a pessoas próximas foram pela compra de um terreno feita por Youssef.

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